Evangelizar, um chamado a estar

“Depois, subiu ao monte e chamou os que ele quis. E foram a ele. Designou doze dentre eles para ficar em sua companhia. Ele os enviaria a pregar, com o poder de expulsar os demônios” (Mc 3,13-15).

A escolha dos apóstolos se deu a partir de uma escolha anterior:Cristo escolheu estar no monte. Para quê? O evangelista responde: “…Retirou-se ao monte para orar” (Mc 6,46).

É da intimidade com o Pai que vem a decisão de chamar Simão Pedro, Tiago de Zebedeu etc. E ao chamar estes e os homens e mulheres de todas as épocas, fica evidente o propósito de Cristo.

Em primeiro lugar, somos chamados aficar com Ele.Isto fala da primazia da graça, da contemplação e da amizade com o Senhor. É o “subir ao monte”, a vida de oração, a escuta da Palavra e o zelo eucarístico.
Em segundo lugar, como consequência ou transbordamento desta graça de intimidade com o Salvador, se diz que Ele os enviaria a pregar…

Cristo, expressão suprema da Misericórdia do Pai, sendo Ele mesmo bondade infinita, anseia difundir-se e comunicar generosamente Sua graça. Sua vida terrena foi marcada por esta generosa doação. Ungido“…Ele andou fazendo o bem e curando…” (At 10,38).

Este apostolado foi comunicado por Cristo à Sua Esposa Mística, a Igreja. Portanto, todos nós os batizados temos sobre nós esta graça que é a difusão da vida de Cristo e o compromisso de ganhar almas e fazer discípulos!
Ele, que remiu a humanidade no Seu precioso sangue não precisava, mas quis contar com Seus discípulos para distribuir Seus benefícios.Esta ação – que se inicia no fato mesmo de estarmos unidos a Ele, “desde o monte” – chamamos evangelização.

Todos na Igreja, portanto, são evangelizadores. Na linha de frente a hierarquia. Depois a vida consagrada. Mas também os leigos,unindo-se em grupos de apostolado em paróquias, novas comunidades ou movimentos eclesiais, sacrificam com entusiasmo o seu tempo, capacidades, recursos materiais etc. para tornar Cristo conhecido e amado.

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Não importa que tipo de ação você exerce na evangelização, se é dos bastidores ou dos palcos, se fala ou canta em público ou se desgasta sua vida por Jesus com os joelhos no chão na intercessão ou visitando enfermos, a fecundidade do teu apostolado dependerá sempre deste “estar com Jesus”. Não se trata de “despedir-se” Dele para estar com os homens, mas, estando com Ele, ir ao encontro dos que necessitam ouvir a Palavra de Deus e serem cuidados em suas necessidades.

A obra da evangelização é querida pelo Senhor, que deseja salvar a todos (cf. I Tm 2,4). Você e eu, evangelizadores, somos colaboradores do Salvador, somos os ramos pelos quais a seiva da Videira Verdadeira alcança outras vidas (cf. Jo 15,1-4), e isto é tão lindo e um baita privilégio. Mas jamais se esqueça que a fecundidade de tuas obras, sejam elas quais forem, dependerão sempre da vivência deste versículo: “Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5).

 

Por

Cesar Machado Lima, Missionário Consagrado da Comunidade Fanuel – Rosto de Deus