Encontrarei minha alegria no Deus de minha salvação

“Porque então a figueira não brotará, nulo será o produto das vinhas, faltará o fruto da oliveira, e os campos não darão de comer. Não haverá mais ovelhas no aprisco, nem gado nos estábulos. Eu, porém, me regozijarei no Senhor. Encontrarei minha alegria no Deus de minha salvação” (Hab 3, 17-18).

Sabe aqueles dias difíceis?! Dias atribulados iguais quando perdemos o ônibus para o serviço, aquele dia que o despertador não toca, ou o seu corpo não corresponde ao som da sineta, dias em que chove e você não leva o guarda chuva e chega em casa com os sapatos molhados, dias que você esquece de pagar alguma conta e você paga no dia seguinte com multa e mora, momentos que você esquece o leite no fogão e levanta fervura e suja tudo o que você acabou de limpar.

Dias que pensamos que tudo está dando errado, momentos que comparado a estes são piores em sofrimento como quando perdemos alguém que amamos muito, quando se perde o emprego que é o sustento da família, quando você é roubado e levam tudo ou parte daquilo que você tem, quando a enfermidade chega à sua casa, e você precisa saber lidar com maturidade. Parece que está tudo nublado, que nada está claro e que você está perdido sem saber o que fazer e se deve fazer alguma coisa.

Temos também aqueles momentos que nada disso acontece, mas a sua figueira não produz, seus apriscos estão vazios sem ovelhas, suas mãos vazias sem nada para oferecer, seu coração sem sentido de viver. Tempos dos quais buscamos fruto na figueira, colheita nos campos e nada encontramos. Quando olhamos para nós e parece que estamos estéreis sem produtividade.

Nestes dias sombrios, vazios e sem sentido que todos nós passamos, se não passamos, iremos passar, pois tudo isso faz parte da nossa existência. Nossa vida é igual uma redação, que tem pontos de interrogação, exclamação, vírgulas e ponto final. Todos nós teremos questionamentos e momentos de pausa, momentos de certezas e afirmações. Mas, o ponto final é Deus quem dá em nossa história.

Somos chamados a uma atitude de alegria, contentamento, satisfação como diz o texto: “Eu me regozijarei”. É fácil se alegrar e se contentar quando não há motivos? Claro que não! Por isso não depende de nós, e sim da graça de Deus que nos dá segurança, nada do que acontece ao nosso redor nos traz a verdadeira segurança, veja o Salmo 4,8: “Em paz me deito e logo adormeço, pois só tu, Senhor, me faz viver em segurança”. A onde iremos nós?! Deus deve nos guiar em qualquer circunstância, Ele é quem nos dá a verdadeira segurança.

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Aí você começa a entender que você está nas mãos do Senhor e que as coisas, pessoas e situações que você perdeu, não são o sentido de sua vida, e sim o Senhor como diz Provérbios 3, 17: “Seus caminhos estão semeados de delícias. Suas veredas são pacíficas”. Mesmo que não pareçam pacíficas, mesmo que não provemos as delícias, nem vejamos os frutos na videira, e procuremos a ovelha e ela não esteja mais lá, mesmo assim me regozijo no Senhor e me alegro no Deus de minha salvação.

“Não se perturbe, pois, nem tema o teu coração. Crê em mim e tem confiança em minha misericórdia. Não está tudo perdido, porque te acontece alguma coisa contrária. Não julgues segundo a impressão do momento; nem te entregues a quaisquer aflições que te acometam, nem as recebas como se não houvesse esperança alguma de remédio. O que eu dei posso tirar e restituir, quando me aprouver… Pois estou perto de ti, diz o Senhor, para restaurar tudo, não só integralmente, mas também com abundancia e profusão.. Onde está a tua fé? Sê firme e perseverante.” (Imitação de Cristo).

Por
Simone Magalhães da Silva Dortti, Missionária consagrada na Comunidade Fanuel – Rosto de Deus