A expectativa dos justos causa alegria

Sou jovem ou velho? Qual é o panorama íntimo do meu coração? Qual jovem nunca se sentiu velho, qual velho nunca se sentiu jovem, apesar de seus cabelos brancos?

A juventude e a velhice são caracterizadas pelos anos que se passaram. Pelas rugas no rosto, cabelos brancos, dificuldade de andar, ou pela agilidade que ainda não se perdeu, pelo belo rosto ou a saúde do corpo que ainda vigora.

Um velho general da Segunda Guerra mundial dizia: “os anos enrugam a pele, mas perder o ideal enruga a alma”. Isso nos diz muito, o mundo está repleto de jovens sem juventude e de velhos que transbordam a jovialidade. Portanto, que diferença faz o belo corpo ou os cabelos brancos? (Ecle 11, 9).

A resposta para esta pergunta é fazendo outra, como se envelhece e como se perde a juventude? Quando se falta esperança! É muito triste encontrarmos uma pessoa que perdeu a esperança, que se deixou abater pelas dificuldades e provações da vida presente, uma pessoa que envelheceu antes dos anos chegarem.

O livro dos Provérbios 11,28 diz: “A expectativa dos justos causa alegria”. A beleza de viver está na grandeza de alma, que nutre a alegria dos anos, apesar das contrariedades e indisposições que a vida nos causa. Uma vez ouvi uma pessoa dizer que a “dor levada com bom ânimo engrandece”, a dor nos faz termos têmpera.

Quando sofremos alguma contrariedade, logo pedimos a Deus que nos livre ou nos conforte, é meio “natural” fazermos isso, quem quer um prato de ervas amargas para degustar? Queremos um belo pedaço de bolo com chantilly!

Na vida fácil, sem contrariedades, sofrimentos, dor, morte, doença, desemprego é o lugar que encontramos os homens superficiais e ineptos, estes são amantes da docilidade que a vida os oferece. As provas e contrariedades são permissões de Deus para nos podar e darmos mais frutos (Jo 15,1-2).

Aquele que sabem degustar um prato de ervas amargas, saberá saborear um belo pedaço de bolo. Esse atingiu um estágio que todos nós somos chamados, “a alma se purifica na dor como o ouro na fornalha” (Pv 27,21; Eclo 2,5; Pv 17,3). Se soubermos degustar as contrariedades provaremos de delícias: “seus caminhos estão semeados de delícias. Suas veredas são pacíficas” (Pv 3,17).

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A alegria, fruto da esperança, é conseqüência de uma vida ajustada, é como o radar interior, são sintomas que tudo está indo pelo caminho certo.

Precisamos de atitudes coerentes com nossa fé, os fatos são importantes, mas as atitudes pesam mais. Os acontecimentos que permeiam a nossa vida mudam de cores perante as atitudes que tomamos diante deles. A dor pode se tornar mais leve, se eu tiver uma atitude de esperança e fortaleza, a doença se torna santificante. Sombras e luzes, sempre vão caminhar conosco, é a mesma coisa que o corte do bisturi que o cirurgião faz, a dor pode ser terrível, mas pode curar!

Você sabia que da uva podemos produzir o vinho e o vinagre? Da mesma uva podemos produzir dois produtos diferentes que depende somente de sua fermentação. Assim é em nossa vida ou produzimos vinho ou vinagre, tudo depende do tipo de fermentação que você vai escolher. Nosso coração não cabe dois lagares, ou escolhemos o vinagre da amargura ou o vinho da alegria.

SIMONE MAGALHÃES DA SILVA DORTTI, MISSIONÁRIA CONSAGRADA NA COMUNIDADE FANUEL – ROSTO DE DEUS