A unidade do casal

Que maravilha é ser casada! Sim, a vida conjugal é fonte de alegria e felicidade para a família, e consequentemente para a sociedade.

O princípio desta alegria e desta ordem na família começa com a experiência pessoal de cada cônjuge com o Senhor. É a partir do conhecimento e do saborear o amor de Deus em nossas vidas que nos abrimos a um caminho de cura e restauração pessoal, para então, bem nos relacionarmos com o outro, particularmente, com nosso consorte.

O Catecismo da Igreja Católica nos esclarece que o matrimônio tem uma dupla finalidade: a união e a procriação do casal (CIC 1601). Não foi apenas para ter filhos que Deus uniu o homem e a mulher, mas a partir da união deles, gerar.

Pode parecer óbvia essa colocação, mas temos visto a carência de compreensão a respeito da unidade do casal. Sim, muitos lares têm virado verdadeiros alojamentos, onde se entra e sai e ninguém se comunica de verdade. Marido e mulher podem até deitarem-se no mesmo leito, mas nem sempre tem seus corações e ideais unidos. O Criador assim os fez: “De modo que já não são dois, mas uma só carne” (Mt 19,6).

Essa unidade é dom, é graça que recebemos através do sacramento do matrimônio, uma vez que o “casamento não é uma instituição simplesmente humana” (CIC 1603). Sim, recebemos no altar essa graça de unir nossas almas e nossos corpos, tornando-nos uma só carne, mas precisamos ao longo da caminhada da vida matrimonial construir e alimentar essa união. Como? Estabelecendo um relacionamento de grande amizade, se autoconhecendo e provando o amor.

A amizade se faz necessária para o casal ajudar um ao outro, confiar suas dores e suas conquistas, cuidar, perdoar, respeitar, compartilhar seus anseios e dons, sem competições, mas com maturidade de quem ama e admira. O quanto você é amigo (a) de seu esposo (a)?

O autoconhecimento é fundamental para qualquer relação interpessoal, mas para o casamento é imprescindível. Quando nos dispomos ao autoconhecimento vamos enxergando nossas forças e fraquezas, e por que não dizer, nossos pecados e limitações. A partir daí, sabendo o quanto sou falha, tendo a ser humilde e me abrir a acolher o outro e aceitá-lo como Deus o fez, enxergando não apenas os defeitos dele, mas suas necessidades e virtudes. Queira mudar seus defeitos e ajude seu esposo (a) a superar os dele também, não como quem é superior, mas como quem entende o quanto é dolorosa algumas feridas e quanto é suado superar certos pecados. Ame.

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O amor não se expressa apenas com palavras, mas com gestos também. Há quem sempre diz que ama, mas sempre “pisa na bola”. Há aqueles que acham estranho dizer “eu te amo”, mas demonstram afeto nos gestos, no serviço. Se empenhe para fazer as duas coisas, dizer e provar. Os gestos de amor se expressam no cuidado, no serviço generoso e abnegado, nas pequenas e grandes coisas do dia a dia e, sobretudo, na oferta de si, discreta e desinteressada.

O resultado desta soma? Um casal feliz, que une suas almas primeiro, e conseqüentemente, seus corpos, num ato de louvor a Deus. São João Paulo II nos esclarece na “Teologia do Corpo” que o ato conjugal é uma linda expressão de louvor a Deus. Que benção!

Que Nosso Senhor nos ajude a viver a unidade como casal, para que transbordemos em nossa família a alegria de pertencer um ao outro e assim abençoar nossa casa e a sociedade.

 

 

CAROLINE DE OLIVEIRA MACHADO, MISSIONÁRIA CONSAGRADA NA COMUNIDADE FANUEL – ROSTO DE DEUS