Filhos? Sim, por favor

“Não há ninguém como o Senhor, nosso Deus (…). Ele faz com que a mulher que não tem filhos seja respeitada no seu lar e a torna feliz, dando-lhe filhos. Aleluia!”. Salmo 112

Esse versículo veio ao meu encontro na liturgia diária após meu primeiro dia das mães, em 2012.

Eu vivi a tensão de ter dificuldade para engravidar e ouvi que poderia não ser mãe. Era um dos maiores sonhos que eu tinha, e não realizá-lo seria uma grande frustração.

Recebi esse dom do Senhor e pude gerar três vidas. Sou imensamente grata a Deus por isso.

A Palavra de Deus diz que “os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas” (Salmo 127, 3). E o Catecismo nos ensina que os filhos não são um direito do casal, mas um dom, um presente de Deus (CIC 2378).

Baseado nestas verdades das Escrituras que também o Santo padre, São Paulo VI em 1968 escreveu a famigerada Carta Encíclica “Humane Vitae”, sobre a regulação da natalidade, carta de poucas páginas e de profundidade e repercussão incalculáveis.

Espero que ao ler este artigo você tenha curiosidade em conhecer e leia o documento, mas quero dizer, que esta preciosa Carta nos ensina que o desígnio divino para o amor conjugal é na verdade, que o ato marital seja livre e sem traços de egoísmo. Deus quer que o abraço marital reflita o amor Dele por nós, amor que se doa inteira e livremente ao ser humano. Em outras palavras, que ao deitarem-se os esposos católicos doem-se totalmente, sem reservas, sem medo de ter filhos.

Todo ato conjugal resulta em uma nova vida? A biologia já nos ensinou que não. Mas a Igreja, sábia, nos diz que todo ato conjugal deve estar aberto a receber “os filhos que o Senhor quiser nos enviar”. Logo, não cabe no casamento católico pílula, preservativo ou qualquer meio artificial ou natural para evitar os filhos (CIC 2366).

Nosso século diz que é melhor ter três carros do que três filhos. Que é melhor viajar o mundo do que encerrar-se num lar com crianças correndo… Será?

Não há problema algum em ser bem sucedido nas finanças, ter muitas posses e poder viajar o mundo, mas triste fim daquele que colocar seu coração nestas coisas em detrimento da abertura às vidas que o Senhor quiser lhes conceder.

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Desde 2012 atendo casais para ensinar o Método de Ovulação Billings (método natural para monitorar a saúde reprodutiva da mulher, conceder conhecimento para gerar ou espaçar uma gravidez – se houver motivos graves). Já atendi centenas de casais neste tempo, e num geral vêm aprender para usar o método para espaçar a gravidez… Quando entendem que não são apenas 4 regras de um método, se abrem à vida e louvam a Deus com seus corpos e com as novas vidas que geram. Muitos me dizem que perceberam que não se amavam de verdade, mas que aprendem a amar dia após dia o cônjuge quando entendem quão grande é o dom da vida, o dom do outro.

São Paulo VI nos diz ainda em sua encíclica que a mentalidade contraceptiva nos levaria à mentalidade abortiva, pois quando não entendemos os filhos como dons de Deus, vamos entendê-los como um fardo a ser evitado, e se os meios que nos apoiarmos falharem, basta abortar… Infelizmente é o que temos assistido ao nosso redor.

Esse é um assunto longo a ser meditado, por ora, deixo uma pergunta a ser refletida por a você que lê, pergunte-se: “Já tive todos os filhos que o Senhor quis me dar?”

“Vós todos considerai o matrimônio com respeito e conservai o leito conjugal imaculado” Hb 13, 4a.

CAROLINE DE OLIVEIRA MACHADO, MISSIONÁRIA CONSAGRADA NA COMUNIDADE FANUEL – ROSTO DE DEUS