Este é o Filho

“Na realidade, não é baseando-nos em hábeis fábulas imaginadas que nós vos temos feito conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, mas por termos visto a sua majestade com nossos próprios olhos. Porque ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando do seio da glória magnífica lhe foi dirigida esta voz: ‘Este é o meu Filho muito amado, em quem tenho posto todo o meu afeto’” (II Pd, 1, 16-17).

Jesus precisa ser verdadeiramente conhecido como Ele é; e o que na verdade Ele é? Jesus é verdadeiro Homem e verdadeiro Deus e isto é um mistério, mas este mistério é o fundamento da fé católica porque se assim não fosse não haveria sentido em crermos na redenção porque teria sido um ato somente de Deus então não haveria sacrifício, pois a Deus ninguém pode matar, se fosse um ato apenas humano não haveria valor sobrenatural e eterno, pois qualquer homem pode ser sacrificado e, no entanto, isso não pode redimir as criaturas.

Sendo Jesus verdadeiramente Homem e Deus então tudo que o envolve se reveste de valor divino e de alcance humano, e é nisto que se fundamenta a fé nas virtudes de Maria Santíssima, porque a encarnação de Deus não poderia se dar de forma puramente natural e em seio não reservado. A Igreja também está neste mistério, porque sendo ela a continuadora da missão divina de Cristo não pode ser entendida apenas como uma organização religiosa ou um aglomerado de crentes, mas a Igreja mesmo é um mistério da presença continuada de Cristo na terra até a Sua volta e por isso sua doutrina é sã e infalível.

Outro grande mistério fundamental para a nossa salvação é a presença real de Jesus na Eucaristia, somente possível porque assim como Deus Se fez homem, também Se faz presente sacramentalmente sob as espécies do pão e do vinho consagrados no santo sacrifício da Missa.

Todos estes mistérios distinguem a fé católica, porque não se resume a um punhado de boas ações e de tentativas de compreensão da verdade e da razão do existir, mas atualizam agora o caminho único para que o homem chegue ao seu fim último que é a eternidade em Deus. Claro que por mais que tenhamos ouvido essas doutrinas elementares, no entanto, não desfrutamos de seu potencial porque vivemos tempos de grande confusão de fé e de moral, há um falso cristianismo que se alastra por dentro e por fora da Igreja, há muitos “pastores” que assim se arrogam, e não importando se são de igrejas históricas ou histéricas, são nulos em seus pastoreios que não passam de lideranças forjadas no passado na revolta protestante e hoje na bajulação do ego doente e manhoso das pessoas presunçosas de nossa geração.

 

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Há apenas uma verdade absoluta e ela se resume ao fato de que Deus veio a nós para podermos ir a Ele, o caminho está traçado e a vida a ser vivida está definida. Feliz daqueles que não estão cedendo a tentação das novidades de um mundo “sem Deus” humanista e adorador dos homens, permissivo aos prazeres e metido a caridoso sob o título de fraternidade, morto em si mesmo, porque não podemos ser irmãos se não tivermos o mesmo Pai, e o Pai foi revelado apenas no Filho. Feliz também daqueles católicos que não caem nos contos dos emocionalismos, das motivações e marketings, dos curandeirismos ardentes, da manipulação da fé para pretensa razão social da Igreja cheia de “teologias” libertadoras, assumidas e apoiadas até por altos prelados.

Sigamos o caminho de sempre, porque inexoravelmente ele no levará ao fim de sempre, não estamos sozinhos, se formos fiéis veremos “sua majestade com nossos próprios olhos” e estaremos juntos ao Filho muito amado, em quem foi posto todo o afeto de Deus.

 

SANDRO FATOBENE PERES – FUNDADOR DA COMUNIDADE FANUEL – ROSTO DE DEUS