“Amo meu filho, mas odeio ser mãe”, “Amo ser mãe, mas odeio a maternidade”, “Amo ser mãe, mas se pudesse voltar atrás não teria engravidado”.
Certamente algumas destas frases já chegaram aos seus ouvidos ou aos seus olhos. Frases como estas tem ganhado cada vez mais “seguidoras” nos tempos atuais, com a terrível ideia de parecer um doce desabafo sobre a maternidade real, isentando-a de carregar o peso do julgo alheio, afinal de contas toda mulher moderna vive a frustração de não dar conta de tudo (profissão, estudos, esposo, filhos) e está tudo bem, não é verdade?! Este tipo de pensamento nos leva a ver mais uma das grandes mentiras revestidas de verdade usadas como artimanha do inimigo de Deus contra a mulher e sua dignidade.
Em I Timóteo 2, 15 a Palavra de Deus vai nos dizer o seguinte: “Mas a mulher será salva tendo filhos se ela, com pureza, continuar na fé, no amor e na dedicação a Deus”. No versículo 14, anterior a este citado, a passagem bíblica nos recorda que pela mulher o pecado entrou no mundo, e por este motivo vemos o uso da conjunção “mas” no início do versículo 15, transmitindo a nós que esta condição de condenação foi mudada. Ora, então você deve estar pensando: “Quer dizer que se a mulher tiver filhos, logo será salva?”, obviamente que não, e posso provar isso pelo simples uso do pronome “se” que muda toda a nossa história.
Quando lá em Gênesis, Eva comeu do fruto proibido, a serpente astuta usou de recursos infalíveis contra a mulher atingindo o cerne de sua afetividade feminina despertando a dúvida e a curiosidade, transformando uma mentira em grande verdade, arma perfeita para enganar a mulher e concluir o plano de queda da humanidade.
Ao pensar nas grandes mudanças da humanidade desde a saída da mulher para o mercado de trabalho pela necessidade financeira, até os dias de hoje, percebemos que houve uma completa confusão na mente do homem e da mulher sobre o seu verdadeiro papel no lar. A mulher que antes era referência somente no lar, hoje passa a ser atribuída primeiramente a um cargo ou profissão e por um acaso à geração de filhos e a maternidade. Calma! Não estou querendo dizer com isso que o problema esta no fato da mulher ter uma profissão, muito pelo contrário. Posso provar isso com uma frase do livro “A mulher; sua missão segundo a natureza e a graça” de Santa Edith Stein: “De acordo com sua aptidão individual, a mulher pode cumprir de três formas a sua missão segundo a ordem natural e da graça: no casamento, no exercício de uma profissão, sendo que a formação humana deve ser considerada como a mais nobre atividade profissional da mulher, e sob o véu da sponsa Christi”.
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A questão é que em meio a tantos cargos conquistados e atribuídos a mulher, a humanidade e principalmente a própria mulher, passou a desconhecer a sua verdadeira dignidade e vocação. Aqui podemos usar como referência a mulher mais ilustre que a humanidade já viu e ouviu, a Virgem Maria, a nova Eva. O documento de São João Paulo II, “Mullieris Dignitatem” ao fazer uma análise da passagem da Anunciação, cita que na resposta de Maria “fiat” (faça-se) encontramos o ponto culminante da dignidade pessoal da mulher que é de gerar uma vida. Por mais que tentem descaracterizar este aspecto, somente uma mulher pode gerar uma vida, e este já é o ponto culminante de todo o seu ser. Ao aceitar ser mãe do Filho de Deus, Maria põe-se a serviço de Deus, e aqui finalmente chegamos ao ponto onde eu queria chegar: “A dignidade da mulher é medida pela ordem do amor, que é essencialmente ordem de justiça e de caridade” (Mullieris Dignitatem, 29), a mulher é aquela que recebe amor e que dá amor, e isto é a essência de toda e qualquer mulher, independentemente de suas características (idade, instrução, trabalho, estado de vida). Há uma frase de C.S. Lewis que gostaria que você guardasse no fundo do seu coração, assim como eu o fiz, e que mudou tudo em mim: “Filhos não são uma distração que nos impedem de fazer um trabalho importante. Eles são o trabalho importante”.
Talvez você tenha lido o título deste artigo e as frases iniciais, muito sugestivas aliás, e tenha pensado que se trataria de uma série de situações da dificuldade materna e das lutas do dia a dia como, por exemplo, de escrever este artigo sem ter o raciocínio interrompido por um: “Mamãe, quero água” ou mesmo “Mamãe, eu fiz xixi na roupa” ou até mesmo de uma troca de fralda cheia… O fato é que nada, definitivamente nada que façamos tem sentido se o nosso coração não estiver unido ao coração de Deus o que transbordará no amor serviçal aos seus, e digo mais, nada que você, mulher faça é tão grandioso quanto a sua função no lar.
É através dela que você conquistará as virtudes necessárias para alcançar a verdadeira salvação. Santa Zélia Martin, mãe de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face (nossa baluarte), e de mais outros oito filhos, é um grandioso exemplo de nossos tempos de: esposa, mãe, serva de Deus e empreendedora. Ela dizia que a mãe é o coração do lar, ou seja, sabemos que se o coração pára de bater o corpo padece, assim é uma mãe dentro do seu lar.
Como tem andado o coração da sua casa? Como você tem ordenado sua vida? Quais as prioridades têm regido sua agenda?
Se em algum momento estes pensamentos aparentemente inofensivos tenham adentrado seu coração, peça perdão a Deus, e volte para Ele, agarre sua salvação por meio da sua família, o Senhor voltará a reinar em seu coração para que você possa reinar em seu lar.
Karina Cruz Santos Tavares – MISSIONÁRIA CONSAGRADA NA COMUNIDADE FANUEL – ROSTO DE DEUS