Reavivar da Esperança

“Para a árvore há esperança: cortada, pode reverdecer e os seus ramos brotam. Quando sua raiz tiver envelhecido na terra e seu tronco estiver morto no solo, ao contato com a água, reverdece e distenderá ramos como uma planta nova”. (Jó 14, 7-9)

A esperança de uma árvore foi transferida para os homens. A dor, a doença, o envelhecimento e a morte não possuem mais a última palavra sobre a vida humana (cf. Ap 2,4) e assim como uma planta velha e caída pode reverdecer ao contato com a água, também em Cristo tudo o que é velho se faz novo (cf.II Co 5, 17), a vida vence a morte (cf. I Co 15, 55-57), a esperança renasce ao contato com a graça de Deus (cf. Hb 6, 19). Basta apenas o cheiro da água ou uma Palavra de Cristo (cf.Lc 7, 6-7) e o que era volta a ser e o que nunca foi passa a existir (cf.Rm 4, 17).

Lemos no Antigo Testamento: “No princípio, Deus criou o céu e a terra. A terra estava sem forma e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas (…) não existia ainda sobre a terra nenhum arbusto nos campos, e nenhuma erva havia ainda brotado nos campos, porque o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra, nem havia homem que a cultivasse; mas subia da terra um vapor que regava toda a sua superfície.” (Gn 1, 1-2; 2,5-6).

Essa profunda passagem nos fala da graça original que deu vida a tudo, aquele vapor d’água que transmitiu a vida e a fecundidade inicial. Lemos também no Novo Testamento: “Chegando eles a Betsaida, trouxeram-lhe um cego e suplicaram-lhe que o tocasse. Jesus tomou o cego pela mão e levou-o para fora da aldeia. Pôs-lhe saliva nos olhos e, impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe: “Vês alguma coisa?”. O cego levantou os olhos e respondeu: “Vejo os homens como árvores que andam”. Em seguida, Jesus lhe impôs as mãos nos olhos e ele começou a ver e ficou curado, de modo que via distintamente de longe.” (Mc 8, 22-26). Aqui encontramos a graça que restaurou todas as coisas. A recepção livre àquela graça original foi ferida pelo pecado e os homens se tornaram mortos para Deus, nem mesmo tinham a esperança das árvores que caídas podem renascer, mas Jesus veio e restaurou a esperança, deu a todos uma segunda chance, a morte não tem a última palavra, os homens como as árvores podem ser revigorados mesmo depois do pecado, mas Jesus foi mais longe ainda, deu a nós algo que as árvores não poderão ter, a vida eterna no Paraíso celestial. Como o vapor que rega as plantas, que ao mínimo contato dá a vida, agora sai essa umidade da boca de Cristo, de Seu interior e Ele unge os renascidos pela graça, a fonte é o batismo, a saliva de Cristo é a vida nova, a esperança venceu e nos deu visão completa, vida abundante. Em Jesus tudo se faz novo e por isso mesmo que por um tempo passemos pelo pousio da terra (cf. Os 10, 12), como a aparente morte da vegetação no inverno, no descanso necessário, vem um novo tempo e nele há REAVIVAMENTO DA ESPERANÇA, tudo começa aí, antes de chegar o que tem de vir primeiro vem a esperança, depois quando tudo se cumpre então já não precisamos esperar (cf. I Co 13, 10-13).

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Deus reaviva a esperança e ela não decepciona (cf.Rm 5, 5), aguarde com fé e esperança, está próximo o cumprimento de promessas. Se algo havia morrido em nós, o Senhor faz renascer para nos prepararmos para algo maior, muito maior…aleluia; Maranatá…vem, vem Senhor Jesus!!!

 

SANDRO FATOBENE PERES – FUNDADOR DA COMUNIDADE FANUEL – ROSTO DE DEUS