07 – EBS 2017 – Maio 1

Primeiro Tema: EXISTIMOS PARA EVANGELIZAR
Texto base: Jr 29,6 – Citações bíblicas conforme Bíblia da Ave-Maria

O texto de Jr 29,6 é um marco na caminhada evangelizadora de nossa Comunidade, sobretudo este trecho: “Multiplicai-vos em lugar de diminuir” (v.6b). No seu sentido literal referia-se a Israel que, deportado na Babilônia, sofria imensamente e tinha a tentação de abrir mão do padrão de vida inspirado pelo próprio Deus (cf. Gn 1,28), que comportava: crescimento, procriação das famílias etc. De fato, estavam longe se sua pátria, mas o Senhor os desafiou a superar o abatimento e a construir casas na Babilônia, plantar pomares, constituir famílias e gerar muitos filhos e, mais, tomar a peito o bem daquela cidade em que se encontravam e assumi-la em oração (cf. Jr 29,7).

Tal realidade igualmente se aplica a nós, porque não somos cidadãos deste mundo, mas do céu (cf. Fp 3,20) e aqui estamos de passagem, quais estrangeiros e peregrinos (cf. 1 Pd 1,1; 2,11), mas não fomos chamados exclusivamente à contemplação das coisas celestiais (cf. At 1,11); há uma missão concreta neste mundo para nós: no poder do Espírito Santo, ser testemunhas de Cristo e, assim, contribuirmos para que o Reino de Deus se estabeleça (cf. At 1,6-8). Devemos sim partir sempre da oração profunda e da contemplação, começar tudo no Tabor, pois isto é “bom” (Lc 9,33) e é a “melhor parte” (Lc 10,42), mas com a consciência de que existe uma missão concreta quando descemos do monte (cf. Lc 9,37s).

O chamado das células de evangelização
O estatuto do sistema de células paroquiais de evangelização (SCPE), no segundo Artigo, esclarece que as células têm no seu DNA a evangelização, porque fundamenta sua existência no importantíssimo documento do Papa Beato Paulo VI, que diz: “Nós queremos confirmar, uma vez mais ainda, que a tarefa de evangelizar todos os homens constitui a missão essencial da Igreja; tarefa e missão, que as amplas e profundas mudanças da sociedade atual tornam ainda mais urgentes. Evangelizar constitui, de fato, a graça e a vocação própria da Igreja, a sua identidade mais profunda. Ela existe para evangelizar, ou seja, para pregar e ensinar, para ser o canal do dom da graça, reconciliar os pecadores com Deus e perpetuar o sacrifício de Cristo na santa missa, que é o memorial da sua morte e gloriosa ressurreição” (Evangelli Nuntiandi, n. 14).

Se a Igreja existe para evangelizar e nós somos Igreja, evangelizar constitui a nossa missão essencial. Somos uma comunidade em células para evangelizar, isto é, para pregar e ensinar, para propiciar que cada membro seja um canal do dom da graça e sirva no ministério sagrado da Igreja de reconciliar pecadores com Deus e mergulhá-los na piscina do sacrifício pascal de Cristo, que é a Santa Missa.

Portanto, evangelizar não é algo opcional para nós, mas uma ordem divina (cf. Mt 28,19). É um mandato de Cristo! (cf. Mc 16,15; Jo 20,21b). Evangelizar não é um dom que alguns têm e outros não; evangelizar é uma graça e poder que todos os batizados possuem, graça que eles portam dentro de si e que baseia-se nos Sacramentos do Batismo e da Confirmação, como atesta o Catecismo da Igreja Católica: “Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do APOSTOLADO em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a obrigação e o direito, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra” (n. 900).

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