Terceiro Tema: ESCADA DO CRESCIMENTO. 1) CONSOLIDAR E DISCIPULAR
Texto base: 2 Tm 2,2 – Citações bíblicas conforme Bíblia da Ave-Maria
Cristo foi muito claro no versículo conhecido como MANDATO MISSIONÁRIO: Façam discípulos (cf. Mt 28,19).
Sabemos que a opção preferencial do Seu ministério foi a formação de discípulos. Ele investiu a vida no discipulado e modelou, além da pequena comunidade apostólica (e seu núcleo de 3), uma rede com 72 discípulos. Só que Ele não discipulava em série ou em massa, simplesmente porque isto não existe.
“Naqueles dias, Jesus retirou-se a uma montanha para rezar, e passou aí toda a noite orando a Deus. Ao amanhecer, chamou os discípulos e escolheu doze dentre eles que chamou de apóstolos” (Lc 6,12-13).
Do texto acima destacamos alguns pontos importantes do discipulado na visão do Senhor. Em primeiro lugar, a primazia da oração. Isto nos fala de nossa missão enquanto líderes. Temos de assumir nossos alvos e depois as visitas da célula em oração até que se firmem. Tanto na oração pessoal como nos momentos comunitários, habituemo-nos a interceder pelos discípulos que o Senhor deseja dar-nos. A oração serve para termos inspiração sobre quem e como convidar, serve para consolidar o visitante, serve para levar o recém chegado (consolidado) ao discipulado e serve para sustentar o já discipulado, para que não caia. Resumindo, tudo na evangelização procede e depende da qualidade e da intensidade de nossa oração.
Outro elemento que destacamos é a seleção intencional de pessoas. São Lucas afirma que da vasta rede de discípulos o Senhor, em oração, destacou doze pastores. Claro que Deus ama a todas as pessoas e deseja salvar e santificar a todas. Só que no processo que é a evangelização temos de estar atentos ao chamado específico de cada um (o que não tem a ver só com salvação, mas com serviço!). Sim, todos devem ser consolidados no Senhor e na Igreja, e isto passa pela oração, pelos vínculos fraternos e pelo cuidado das lideranças. Mas além deste estágio temos o discipulado, que pode dar-se de dois modos:
a) Podemos focar apenas em formar discípulos, como fez São João Batista. Para tanto temos de estar dispostos a atender às necessidades dos irmãos, sobretudo as espirituais: catequese, sacramentos, conhecimento bíblico, vida de oração, vigilância contra o pecado etc. No discipulado tem uma relevância especial o “discipulado pessoal”, a ser ministrado pelos membros do núcleo, além dos retiros e cursos que preparam para a vida cristã (trilho de treinamento, escola Santo André, escola de formação de discípulos).
b) Ou podemos ir além no discipulado, como fez Nosso Senhor, que formou discípulos-mestres e discípulos-pastores. Isto está expresso na estratégia de São Paulo: “O que ouviste de mim na presença de numerosas testemunhas, transmite-o a pessoas de confiança, que sejam capazes de ensinar a outros” (2 Tm 2,2). Tanto Cristo como o Apóstolo focaram em formar discípulos-pastores. Isto requer maior empenho do discipulador (cf. Jo 17,9). Só que o resultado também é maior: a missão torna-se ainda mais eficaz e a Palavra alcança bem mais gente. Mais do que discípulos, carecemos de discípulos missionários na visão celular, como afirmou o Documento de Aparecida: “Os melhores esforços (…); neste início do terceiro milênio devem estar na convocação e na formação de missionários leigos. Só através da multiplicação deles poderemos chegar a responder às exigências missionárias do momento atual” (n. 174).