Quarto Tema: ESCADA DO CRESCIMENTO. 4) ENVIAR
Texto base: At 20,28 – Citações bíblicas conforme Bíblia da Ave-Maria
Uma célula de evangelização norteia-se por cinco propósitos fundamentais da Igreja, os quais levam os membros à vivência de algumas fases durante a geração da célula. Ou seja, desde sua formação inicial até a sonhada multiplicação, cada membro deverá ter condições de: nascer de novo e criar vínculos fraternos; afirmar-se na comunidade cristã, resolvendo seus conflitos por meio do relacionamento com Deus; incorporar-se na Igreja por meio do discipulado; crescer na vida de fé e tornar-se um servo semelhante a Jesus; alcançar outros, sendo instrumento de multiplicação do Reino de Deus.
É evidente que isto não se dá da noite para o dia, nem é um processo automático que toca a todos os membros de igual modo. Vimos no estudo anterior, que não existe discipulado em série. Pois bem, o mesmo pode-se dizer do recrutamento de líderes.
Faz parte de nossa declaração de ideais tornar cada membro um discípulo missionário. Este é um valor do NT e um alvo a ser perseguido na evangelização atual: ganhar muitas pessoas para Jesus e cuidar bem delas para que se tornem discípulos missionários. Agora, como estes exercerão sua missão vai depender do chamado específico que Deus tem para eles. Se liderança é um dom (cf. Rm 12,8), compete ao Senhor dar!
Nossa parte, portanto, é acima de tudo pedir a Ele (cf. Mt 9,38). O fundador do sistema de células, Pe. PiGi Perini, insiste que todo o dinamismo da ação evangelizadora depende de uma atitude orante, por isso, que todas as paróquias em células ao redor do mundo são convidadas a fomentar ardorosamente a devoção da adoração ao Santíssimo Sacramento. É diante do Senhor que começa a missão; só ali que ela se sustenta!
O líder, junto com seu núcleo, deve também pensar na condição dos membros e verificar seu potencial para a liderança. Isto desde o início da célula. A célula já nasce sabendo que tem o alvo de multiplicar-se em até um ano. Para isso, formar lideranças é fundamental.
Aos poucos, portanto, deve ENVIAR as pessoas para a “messe do Senhor”. Isto significa inseri-las nas funções ministeriais da Comunidade e da própria célula (delegando tarefas concretas com frequência: anfitrião, lanche, secretaria, música etc.); também temos de enviá-las ao percurso de capacitação de discípulos missionários que a Comunidade oferece, tanto com o trilho de treinamento como com a escola de formação de discípulos, ou outras iniciativas que tem o mesmo objetivo.
Estar no núcleo é, por fim, um modo muito concreto de ajudar o irmão a discernir seu chamado à liderança. Mas podemos começar devagar, por exemplo, convidando determinado membro para apenas uma reunião de núcleo, sem necessariamente convidá-lo para já compor o núcleo. Com base nesta visita “sem compromisso” o líder deve discernir como a pessoa se portou, também ouvir suas próprias impressões acerca do núcleo. Perceba que é um trabalho lento, personalizado, que passa pela oração e pelo discernimento, e no fundo quem determina a adesão à liderança é a própria pessoa, isto é, a sua abertura e resposta às graças que o Senhor lhe dá e aos sinais que Ele envia. Pessoas dóceis crescem mais, ouvem mais, comprometem-se mais com a obra de Deus.