21 – EBS 2016 – 24 a 30 de julho

O dever de corrigir direta ou indiretamente

“Portanto, comete pecado a pessoa que sabe fazer o bem e não o faz” (Tg 4,17).

A criança faz algo errado. Ela prejudica-se e a outros. O adulto responsável por ela vê o erro ser cometido, mas nada faz. Ele se torna cúmplice, aumentando a consequência do erro. Ora, assim como na vida familiar os pais devem zelar pelo bem dos filhos, ensinando normas básicas e corrigindo-lhes, quando estas não são observadas, na vida cristã temos o dever de correção uns para com os outros, e a nossa norma básica são os Mandamentos Divinos.

Corrigir é, portanto, um dever de quem ama e ser corrigido é um grande bem. Sobretudo quando o erro possui o risco de produzir um escândalo, não podemos deixar de advertir nosso próximo. No Ministério de Cristo diversas vezes O vemos corrigindo seja Seus discípulos, seja os de fora da comunidade. O mesmo vemos em São Paulo, ao longo das Cartas. No caso do apóstolo, algumas das coisas que corrigiu nas comunidades ficou sabendo por membros da própria comunidade, não porque fossem fofoqueiros, mas porque tinham consciência da importância de revelar à liderança os males presentes no corpo comunitário.

Este é um dado importante. Nem sempre nós seremos os responsáveis pela correção; mas uma coisa é certa: se omitirmos os erros alheios, em nome da amizade ou de um sentimento de dó, estaremos provocando mais dano do que bem à alma do pecador. O médico não pode esconder a doença diagnosticada do paciente se deseja tratá-lo (este é aquele que corrige). Tampouco a mãe esconderá as dores ou queixas do filho ao médico, ainda que o filho prefira esconder para não ser tratado com cirurgias e tratamentos que causam dor (este é aquele que “denuncia” o erro, por amor).

Aquele que revela um pecado do irmão deve fazer motivado pelo amor. Deverá se responsabilizar em orar por este irmão. Dentro do possível, antes de revelar à liderança, deve ele mesmo tentar praticar o que o Senhor ensinou (cf. Mt 18,15-17). E evitar de todo o seu coração que a revelação seja por ódio, vingança etc. Repetimos, esta revelação deve ser como a da mãe que “denuncia” o problema ao médico do filho. É a denúncia feita com espírito cristão, a semelhança do que lemos em Mt 18,31.

IMPORTANTE:

Tudo o que se disse nestes estudos refere-se à vida cristã de pessoas livres, que por amor a Deus, optaram por viver em comunidade, e expressar essa comunhão por meio das células. Que cada membro tenha consciência de que as disciplinas visam o bem das pessoas e jamais a sua vergonha ou destruição.

É, portanto, fundamental que o grupo faça uma espécie de pacto entre si, no qual se comprometa a viver na verdade, dando direito uns aos outros a sadia interferência no próprio estilo de vida. Isto significa ter para com os irmãos de comunidade um estilo de vida transparente, perdoador, que preste contas da vida, que guarde o sigilo das confidencias feitas na reunião ou no particular e, que acima de tudo, contenha uma prática constante de oração mútua. Também é preciso dizer que faz parte da correção ministrar sobre a importância do Sacramento da Penitência e encaminhar os irmãos com frequência à confissão, esta via tão preciosa de graça e salvação oferecida pela Igreja, também chamada de “sacramento da nova chance”.

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