24 – EBS 2016 – 14 a 20 de agosto

Assistir aos defuntos (parte 1)

“Quando um parente morrer, chore, meu filho, como se você estivesse sentindo uma grande dor, e cante canções tristes. Depois, de acordo com o costume, prepare o corpo para ser sepultado e arranje uma bela sepultura” (Eclo 38,16).

Esta obra de misericórdia corporal compreende basicamente duas realidades: o trato com aquele se foi e o trato com aqueles que ficaram. Hoje vamos ver a primeira parte.

O respeito ao corpo dos mortos – a fé católica ensina-nos que os corpos dos defuntos devem ser tratados com respeito e caridade, em função de nossa fé e esperança na ressurreição.

A verdade é que todo batizado é um templo do Espírito Santo (cf. 1 Cor 6,19), portanto, seu corpo é sagrado e precisa ser tratado como tal. Já no AT vemos o cuidado das pessoas de fé com sua digna sepultura (cf. Gn 47,30; Tb 1,16 – 2,8; 1 Cro 10,11-12; 2 Mc 12,39; Mc 6,29).

Não ter sepultura era uma maldição e uma condição vergonhosa em Israel (cf. Sl 79,1-3; Jr 16,4-6; 25,33). Por isso Jesus, embora pobre, a ponto de não ter onde reclinar a cabeça, foi dignamente sepultado, graças à generosidade de um discípulo (cf. Jo 19,38-42).

CURIOSIDADE: O cemitério é considerado pela Igreja um lugar sagrado. “Cemitério” deriva de um termo grego que significa dormitório. São João Crisóstomo escreveu: “O lugar da sepultura chama-se cemitério, para que se saiba que aqueles que aí repousam não estão mortos, mas a dormir”.

A oração pelos mortos – outro importante elemento desta obra de misericórdia é a oração pelos defuntos, antiqüíssima prática da Igreja, que encontra respaldo já no AT: 2 Mc 12,40-45.

A Igreja reza pelos defuntos, pois acredita na existência do Purgatório. Este é um ato de fé. A meta de um cristão é entrar no céu e participar da glória de Deus. Porém, para que isto aconteça temos de estar totalmente purificados dos pecados e amando a Deus acima de tudo. Com nossas orações, penitências e obras de caridade, mas sobretudo pelo Santo Sacrifício do Altar, podemos ajudar os fiéis que morreram em estado de graça, mas traziam algumas imperfeições, a serem purificados. Este é um ato de caridade, que precisa ser resgatado em nosso tempo. Rezando pelas almas fazemos algo por quem nada mais pode fazer por si. Foi o que ensinou Nossa Senhora, em Fátima, quanto ao modo de rezarmos: “Ó meu bom Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente as que mais precisarem” [são estas as ALMAS DO PURGATÓRIO]. Por fim, é este um ato de justiça, porque temos de orar pela nossa ascendência, já que devemos a nossa vida a eles, mas também porque com nossos maus exemplos podemos ter sido causa de queda e obstáculo à perfeição de pessoas que já morreram. Rezando, tanto honramos os antepassados, como reparamos nossas falhas morais.

Práticas piedosas: além do sepultamento digno e das orações, assistimos aos defuntos quando visitamos cemitérios (sobretudo em FINADOS), oferecemos flores e acendemos velas.

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