28 – EBS 2016 – 11 a 17 de setembro

“Desejem o bem para aqueles que os amaldiçoam e orem em favor daqueles que os maltratam” (Lc 6,28).

No estudo anterior vimos que o perdão nos une a Deus e uns aos outros, que ele destrói a força do mal e torna eficazes nossas orações. Hoje vamos nos deter na sua capacidade de nos abençoar.

O perdão, fonte de cura e bênçãos

Está escrito em 1 Pd 3,9: “Não paguem mal com mal, nem ofensa com ofensa. Pelo contrário, paguem a ofensa com uma bênção…”. A maioria de nós já deve ter lido nas Escrituras ou ouvido falar de um princípio regulador das relações chamado “lei do talião”, baseada no “olho por olho, dente por dente…” (Ex 21,24).

Não se tratava de uma permissão ou estímulo de Deus à vingança; pelo contrário, era um freio à espiral de violência tão comum na antiguidade (cf. Gn 4,23-24). O talião era uma lei de equivalência, buscando a justiça nas relações; a pessoa satisfazia a justiça ‘pagando’ o agressor na mesma moeda.

Em Cristo se dá a superação disso (cf. Mt 5,38-48). A misericórdia foi revelada Nele e agora, além da justiça, temos condições de agir na caridade. Antes, pagava-se mal com o mal. Em Cristo, podemos vencer o mal!

Nivelando o comportamento humano por baixo, sabemos que somos capazes de: 1) Fazer o mal a alguém sem ter motivos; 2) Fazer o mal em troca de um mal; 3) Fazer o mal em troca de um bem (algo gravíssimo).

Mas, nivelando o comportamento humano por cima, sabemos que somos capazes de: 4) Fazer o bem a alguém mesmo sem ter razões (por pura generosidade); 5) Fazer o bem em troca de um bem (numa espécie de gratidão); 6) Fazer o bem em troca do mal (e aqui entra a bênção e a grandeza do perdão).

Quando, tocados pela graça de Cristo, escolhemos perdoar uma injúria recebida, superamos aquilo que é o padrão das relações humanas. Quem perdoa age acima da média, porque deixa Cristo agir em si.

Senda a injúria um meio concreto de nos fazer mal interior e exteriormente entendemos que, na verdade, trata-se de uma maldição. Quem faz o mal ao outro atrai sobre si a maldição. E quem revida – na mesma baixeza – a uma injúria, igualmente afunda-se na maldição.

Mas se perdoamos por caridade a quem nos fez o mal, destruímos a maldição em nossas vidas e abalamos as bases da maldição na vida de quem nos prejudicou. Uma palavra má deve ser rebatida com uma palavra boa e os sentimentos negativos devem serem vencidos na atitude de amor (que é desejar sinceramente o bem do outro, isto é, sua salvação), e na oração.

Assim, não basta perdoar interiormente e guardar isso em silêncio. A remoção da maldição se dá quando perdoamos e abençoamos o outro, liberando sobre ele palavras de bênção da parte de Deus, tanto na presença de Deus (quando oramos pela pessoa), quanto para a própria pessoa, se tivermos tal possibilidade. Com o perdão quebramos maldições e alcançamos toda sorte de graças e bênçãos.

28 – EBS 2016 – 11 a 17 de setembro