30 – EBS 2016 – 02 a 08 de outubro

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“…E me enviou para anunciar a liberdade aos presos” (Lc 4,18b).

Os primeiros capítulos do evangelho de São Lucas põe em relevo a ação do Espírito Santo na vida de algumas pessoas: a Santíssima Virgem Maria (1,35), João Batista (1,15), Isabel (1,41), Zacarias (1,67) e Simeão (2,25). Cada um foi ungido em vista de uma missão específica.

Mas é na Pessoa de Nosso Senhor que vemos a plenitude da graça do Espírito, que sobre Ele repousou (3,21-22), O levou ao deserto (4,1) e O trouxe de volta (4,14) para, na sinagoga de Nazaré, inaugurar Seu Ministério público. Ali, segundo o seu costume, entre pessoas com quem havia sido criado, Cristo proclamou a seguinte profecia de Isaías: “O Senhor me deu o seu Espírito. Ele me escolheu para levar boas notícias aos pobres e me enviou para anunciar a liberdade aos presos, dar vista aos cegos, libertar os que estão sendo oprimidos e anunciar que chegou o tempo em que o Senhor salvará o seu povo” (Lc 4,18-19).

Esta foi a auto-apresentação do Senhor Jesus e o discurso contêm tudo o que deveria ser o Seu Ministério. A cena, portanto, foi programática, uma espécie de matriz, de síntese e modelo da Sua e nossa pregação.

A primeira declaração justifica as obras posteriores: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu…”. Cristo (Ungido) não se tratava de um título de honra acrescentado ao nome de Jesus. Cristo é Seu estilo de vida. Ele não apenas tinha o Espírito Santo; era o Espírito Santo que O tinha e conduzia. Se No AT a presença do Espírito, sobretudo nos profetas, era parcial e temporária, ligada a momentos particulares da missão, em Jesus a unção é plena, permanente e transbordante.

Ora, o transbordamento da unção do Espírito se faz perceber nas obras que realiza: “…para que eu dê a boa notícia aos pobres”. A primeira das obras é dar boa notícia aos pobres, ou seja, anunciar o infinito amor de Deus por todas as pessoas. Esta é a mãe das outras obras de misericórdia materiais e espirituais.

Com certeza alguém com o estômago vazio não se importará tanto com a Palavra quanto se interessa por uma cesta básica ou um prato de comida (cf. Tg 2,14-17), mas estamos diante de um fato incontestável, que toca todo homem e mulher: “Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra de Deus” (Lc 4,4).

Se a vida do homem está na Palavra de Deus, é missão da Igreja dar deste delicioso e nutritivo alimento. E como consequência desta obra vem as demais, a começar da que nos interessa aqui: anunciar a liberdade aos cativos. Tal obra não visa tirar os presos dos presídios, até porque se faz necessário o cumprimento da justiça, de modo que cada um pague por seus delitos. É a liberdade do coração que está em jogo, da qual todos (presos e livres) necessitam. Mas para levarmos este anúncio libertador da Palavra em primeiro lugar temos de estar na unção, com o Espírito “sobre nós”, de modo que, livres, sejamos dirigidos por Ele, seja ao deserto, seja à sinagoga, isto é, em qualquer lugar possamos pregar as boas novas da salvação.

Fica, portanto, três perguntas para te ajudar a rezar a partir deste EBS: Tenho sido livre no Espírito Santo? Tenho sido cheio Dele a ponto de transbordar desta graça por meio do meu apostolado? Do que preciso hoje para começar a levar boas notícias de libertação aos corações aprisionados? Ore e Deus te falará!

30 – EBS 2016 – 02 a 08 de outubro