31 – EBS 2016 – 09 a 15 de outubro

Visitar os encarcerados (parte 2)

“Sou eu, o Senhor, teu Deus, eu que te retirei do Egito. Basta abrires a boca e te satisfarei” (Sl 80,11).

Nesta meditação tomemos como ponto de partida o emblemático texto da missão de Moisés: Ex 3,7-12.

a) A INICIATIVA DIVINA. Leia o versículo 7. O coração de Deus sempre fica apertado quando Seu povo sofre. Diz o salmista: “O SENHOR Deus sente pesar quando vê morrerem os que são fiéis a ele” (116,15), e também o evangelista disse o mesmo acerca do Senhor Jesus (cf. Mc 6,34).

b) PASSOS DIVINOS PARA A LIBERTAÇÃO. O texto destaca alguns verbos que nos mostram como é grande o Amor de Deus pelo povo oprimido. Está escrito que Deus vê o sofrimento (v.7a), ouve o clamor (v.7b), sabe o que sofremos (v.7c), desce para libertar e levar para uma terra melhor e envia um libertador (v.10).

Quatro ações são próprias do Senhor, pois toda a iniciativa de salvação de uma pessoa ou de um povo parte Dele. Mas o quinto passo requer um instrumento, um mediador, que neste caso foi Moisés.

Desde o começo da Igreja os Santos Padres interpretaram a libertação de Israel à luz do Mistério Pascal, entendendo que – além do fato histórico-literal ocorrido no AT – trata-se de uma figura, uma imagem da grande libertação operada por Nosso Senhor Jesus Cristo no Calvário e na Ressurreição, quando, por meio da fé, passamos das trevas à posse de uma nova vida e entramos em um novo território, o Evangelho.

Com Israel Deus usou Moisés, na Cruz, Seu próprio Filho. O primeiro passou pelas águas do Mar Vermelho (depois de ter estendido contra ele a vara e ferido-o); Este, ferido por algozes até o absurdo ato de transpassarem Seu lado com a lança, derramou um mar vermelho de sangue e, assim, rompeu os limites da morte e penetrou o Céu, deixando assim caminho aberto para que atravessemos a pé enxuto o limite da vida velha e tomemos posse da vida plena.

Esta é uma verdade gloriosa e maravilhosa, mas que infelizmente boa parte das pessoas desconhece e, por isso, vive ainda debaixo do chicote do faraó, investindo suas vidas na construção da cidade aqui debaixo (cf. Ex 1,11), e o resultado é que vivem mal: cheios de aflições, gemidos, murmuração, doenças, vícios etc. (cf. Ex 2,23).

Mas veja, ainda que os oprimidos não clamem por Deus, Deus ouve seus gemidos (cf. Ex 2,24) e ao se recordar da Nova e Eterna Aliança feita com a humanidade no sacrifício do Seu Filho (cf. Ex 2,24; Lc 2220), Ele se move para libertar, enviando os libertadores de hoje que somos nós, não para tirarmos as pessoas dos presídios, mas para tirar suas almas do grande presídio que é a vida de pecado, que fatalmente conduz à morte eterna ou condenação. Nossa missão, portanto, é levar a boa notícia da liberdade, falar do Amor de Deus, da Salvação em Jesus, da Vida Nova que nos é oferecida pela fé e da Efusão do Espírito Santo. Levar boas novas, convidar pessoas para aceitarem o Evangelho em nossas células, assembleias, eventos etc. Deus exige nossa colaboração, somos Moisés em nossa época e o Senhor continua o mesmo, amoroso e desejoso de tornar livres cada um de Seus queridos filhos, e para tanto, quer servir-se de nós.

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