Reflexão sobre o controle de mentalidade que anda junto com o de natalidade.
Na primeira reflexão mostrei como ter filhos é a bênção número 1 do Senhor para nós, além de ser uma ordenança a todo casal, mas infelizmente grande parte dos casais cristãos tem desconsiderado essa verdade e se fechado a constituir uma família numerosa e não faltam justificativas para tal postura…
É preciso dizer, porém, que por trás dessa “opção” de não ter filhos ou ter no máximo um ou dois, está uma mentalidade que foi sendo sutilmente introduzida em nós ao longo das últimas décadas. Existem planos claros de diminuição da população mundial em jogo, existe o interesse econômico de países mais ricos – conscientes de não conseguirem reverter o baixo índice de natalidade a que chegaram em função da lamentável escolha que fizeram contra a vida, motivada por seu egoísmo materialista, e hoje sofrem com uma (irreversível?) população envelhecida – em frear o crescimento das populações mais pobres, justamente por receio do seu progresso material, visto que estes poderiam dispor de maior mão de obra e, consequentemente, maior produção a menor custo, e com isso obter maior movimento econômico.
Se quiser saber mais sobre isso, pesquise na Internet, por exemplo, sobre o “Relatório Kissinger” e toda a investida que desde a década de 70 se fez em diversos países para o controle populacional, por meio do investimento maciço tanto em métodos contraceptivos, quando na desestabilização da família, por meio da retirada da mulher do próprio lar, projetando-a no mercado de trabalho, fato que levou ao cada vez maior desinteresse pelo matrimônio, em nome da chamada libertação ou autonomia financeira, e também à rejeição à maternidade ou à sua limitação, gerando cada vez menos crianças.
Veja o exemplo do Brasil. Em 1960 ostentávamos a taxa de fecundidade de 6,28 filhos por mulher em idade fértil. Mas a cada década o índice foi baixando, de modo que em 1980 era de 4,36, no ano 2000 atingiu 2,38, e hoje estamos ao nível de menos de 2. Isso mostra que o plano foi cumprido à risca e teve “ótimos” resultados. Segundo pesquisa do IBGE, a proporção de famílias formadas por casais sem filhos cresceu 33% no país entre 2004 e 2013. Houve uma queda de 13,7% na proporção de casais com filhos (de 50,9% para 43,9%). Já o número de casais sem herdeiros cresceu de 14,6% para 19,4%. Em 2013 um em cada cinco casais brasileiros não tinha filhos.
Estes dados são atuais e a reportagem pesquisada, seguindo a lógica materialista de nossa época, não vê com bons olhos tais números, porque fatalmente isto tem e terá cada vez mais implicações em nossa economia, o que é verdade, mas não deixa de ser lamentável, porquanto o valor que parece movimentar o nosso mundo é o amor ao dinheiro (1).
Quando falamos do Brasil nos referimos a um país considerado cristão, diferente da China, que citei no artigo anterior, onde o cristianismo é minoria (3%). Lá agora as famílias poderão POR LEI ter dois filhos. Aqui, nossa média está abaixo de dois filhos sem leis! Lá tem o problema do controle populacional, aqui o descontrole é outro. Ao invés de controle de natalidade sofremos com o controle de mentalidade… Ou seja, muitas chinesas não podiam ter mais de um filho; e nós? Bem, nós não queremos ter filhos…
Em meados de 2014 uma importante revista de circulação nacional teve como capa o seguinte título: “Filhos não, obrigado”, e destacava que casais sem filhos é uma tendência para os próximos anos. Ambos possuem renda, mas não querem filhos, pois no geral os filhos são custosos… E o pior de tudo é que aceitamos isso com a maior naturalidade, e até rotulamos tal postura como novos modelos de família (2).
Movimentos ideológicos pregam abertamente que temos de libertar nossas mentes da visão antiquada de paternidade e maternidade para termos um mundo melhor. Ou seja, o desejo de Deus para nós não passa de um tabu, um preconceito religioso, uma visão antiquada do mundo, uma gaiola que nos aprisiona e não permite que sejamos nós mesmos e que sejamos felizes… Ora, por que não podemos trocar uma criança por um cachorrinho? Como criar uma criança em mundo com tanta violência? Como dar do bom e do melhor para mais que uma ou duas crianças? Você já ouviu isso em algum lugar? Talvez até já tenha dito…
O problema esta aí. O controle de mentalidade está estabelecido. Escolas ensinam o exercício da genitalidade sem o “risco” da gravidez, é o sexo seguro contra as DST e também contra a vida. Um dia desses minha esposa foi interpelada em uma clínica por uma profissional, que toda carinhosa tomou no colo, beijou e disse coisas lindas para nossa segunda filha; ao final, devolveu-a com aquela carinha de quem diz ai que fofura, mas disparou: “Eu não corro este risco, uso DIU”.
O que falar do constrangimento que jovens casais têm quando descobrem a gravidez, seja do primeiro ou do segundo filho, e pensam em compartilhar a boa notícia com os familiares e amigos? Antes ouvíamos: “Parabéns!”. Agora, embora não digam com palavras, a maioria expressa com as feições e o olhar: “Meus pêsames, seus irresponsáveis!”.
Por Cesar M. Lima – Comunidade Fanuel
Fontes citadas:
1) http://brasil.elpais.com/brasil/2015/02/17/politica/1424196059_041074.html (acesso em 06/11/2015, às 10h05);
2) http://www.istoe.com.br/reportagens/373521_FILHOS+NAO+OBRIGADO (acesso em 06/11/2015, às 10h45).