A “SENHA” DA NOVA ALIANÇA (parte 1)

A “senha” da Nova Aliança (parte 1)

Jr 31,31-34

A comunhão de Deus conosco foi chamada ao longo da história da salvação com um nome que nos é muito familiar: ALIANÇA. A própria Bíblia se divide em duas alianças: AT e NT. Mas qual é o significado deste termo? O que é uma aliança? E por que temos duas, sendo a última uma aliança nova e eterna?

Aliança é o ato de se aliar a alguém, é um laço que prende duas ou mais pessoas que se prometem amizade e auxílio, é um pacto, um contrato, um compromisso no qual cada um tem suas responsabilidades.

Na Bíblia temos várias alianças de Deus com Seu povo: Gn 3,15 (Adão e Eva); 9,9s (Noé); 12,1-3 + 15,18 + 22,15-18 (Abraão); Ex 19,5-6 (Moisés/Israel); Nm 25,12-13 (levitas); 2 Sm 23,5 (Davi). Estas alianças são o que chamamos de “primeira aliança”, ou Antigo Testamento, pois se deram antes de Cristo.

Por mais bela que fosse a iniciativa de Deus, o povo não conseguia ser fiel, virava as costas para Deus, vivendo como se não estivesse casado. E corria pra Deus quando o calo apertava… Só que ao invés de desistir do casamento, diante de tanta traição (cf. Os 3,1s), Deus deu a última cartada: leia Jr 31,31-34.

A NOVA ALIANÇA

Destacamos alguns pontos desta Nova Aliança: diferente das anteriores, quebrada pela infidelidade humana (v.32); lei colocada nas mentes (no interior) (v. 33); ninguém precisa que outro fique falando: “faça isso, faça aquilo…” (v. 34a); todos conhecem o Senhor e são perdoados (v. 34b).

Séculos mais tarde a promessa/profecia se cumpriu: leia Lc 22,14-20 (ênfase ao v.20).

A garantia da fidelidade à Aliança não está mais no ser humano. Deus colocou mais uma pessoa no contrato. A Nova Aliança se faz de três partes agora: DEUS + seu filho, Jesus + NÓS. O sangue de Jesus é a garantia da aliança: “Se formos infiéis, Cristo continua sendo fiel” (2 Tm 2,13).

AS BÊNÇÃOS

Para usufruir das bênçãos no AT o povo devia ser obediente à Lei (cf. Dt 6,25) e quem não fosse caía na maldição (cf. Dt 27,26). Na Nova Aliança não é mais a obediência que conta, mas a fé (cf. Gl 3,5-14).

Paulo afirma: “Os que confiam na sua obediência à lei estão debaixo da maldição de Deus” (v.10a).

Por quê? Porque é impossível ao homem ser inteiramente fiel à Lei; a Lei é muito pesada!

A solução está na Nova Aliança, que tem na FÉ a chave para a posse das bênçãos. Saiu a lei, entrou a fé, saiu a justiça humana, entrou a justiça de Cristo!

Curioso é que a gente sempre cantou isso no “Tão sublime sacramento”, mas talvez sem perceber o significado: TÃO SUBLIME SACRAMENTO, ADOREMOS NESTE ALTAR, POIS O ANTIGO TESTAMENTO DEU AO NOVO SEU LUGAR. VENHA A FÉ, POR SUPLEMENTO, OS SENTIDOS COMPLETAR.

A Lei teve sua validade, mas já passou. Paulo afirma: “Mas, antes que chegasse o TEMPO DA FÉ, nós éramos prisioneiros da lei, até que fosse revelada a fé que devia vir. Assim, a lei ficou tomando conta de nós até que Cristo viesse para podermos ser aceitos por Deus POR MEIO DA FÉ. Agora que chegou o TEMPO DA FÉ, não precisamos mais da lei para tomar conta de nós” (Gl 3,23-25).

A lei foi nossa babá e fez o que pôde, mas papai e mamãe chegaram. Cristo chegou, nos amou, morreu por nós e despediu a lei por justa causa e sem direitos!

Mas acontece que somos como crianças e ainda manifestamos apegos com a babá… Às vezes queremos seu colinho, sua comidinha, ouvir suas histórias… Alguns de nós de vez em quando dá uma escapadinha do NT e faz aquela visita à “querida babá”. Sim, há muito do AT dentro nós ainda…

Mas Cristo é SUFICIENTEMENTE capaz de cuidar de nós. Ele se garante! Ou seja, não precisamos mais da velha babá (a lei), agora é a Nova Aliança, o “tempo da fé” (v. 23-24).

(continuaremos no próximo post).

Por Cesar M. Lima
Comunidade Fanuel