CONDUZI MEU POVO, instruções para líderes carismáticos

3 – A evangelização carismática e a guerra espiritual
Texto base: At 16,16-18

Havia uma mulher [mediúnica, adivinha] tomada por um espírito maligno (pitão), sendo explorada financeiramente: “Fazia oráculos e obtinha muito lucro para seus patrões” (v. 16). Ela, com muitos elogios em público ao apostolado de São Paulo, chamou sua atenção e o incomodou, até que este discernisse que aquilo não vinha de Deus, mas era estratégia do mal para atrapalhar a missão. Então “voltou-se e disse ao espírito: ‘Eu te ordeno, no nome de Jesus Cristo, sai desta moça!’ E o espírito saiu no mesmo instante” (v.18).

A evangelização é um confronto não contra pessoas, mas contra realidades sobrenaturais (cf. Ef 6,12). A evangelização é salvação de almas e, portanto, guerra sobrenatural. Mas não devemos temer este confronto, pois “é o diabo que deve temer aqueles que rezam” (Santa Teresa D’Ávila).

O evangelizador ou líder cheio do Espírito Santo, bem como a célula cheia do Espírito Santo, em hipótese alguma deve temer esta guerra. Se está em Cristo, se está na unção, não tem o que temer. A Palavra nos ilumina: “Submetei-vos pois a Deus, mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4,7).

A doutrina da Igreja é muito clara quanto à existência e à influência do maligno (ver CAT, 391.394). Ensina o Catecismo, ao explicar o pedido do Pai-Nosso livrai-nos do mal: “Nesta petição, o Mal não é uma abstração, mas designa uma pessoa, Satanás, o Maligno, o anjo que se opõe a Deus. O «Diabo» («diabolos») é aquele que «se atravessa» no desígnio de Deus e na sua «obra de salvação» realizada em Cristo” (n. 2851).

Por tudo isso é fundamental que conheçamos nosso inimigo e suas estratégias, sobretudo no que se refere às ideologias materialistas (comunismo, socialismo, “esquerdismo” etc.) e as falsas religiões, por meio das quais induz às pessoas ao erro e, assim, à condenação eterna. Mesmo com aparência do bem, as seitas desviam da única verdade capaz de salvar, Nosso Salvador Jesus Cristo. Se não O negam abertamente, reduzem-No, pois não creem em Sua divindade, ou igualam-No a outros mestres, profetas ou gurus.

Para alcançarmos as pessoas de nosso oikos que estão perdidas nestes falsos caminhos, temos de ter conhecimento da realidade que os cerca. Em segundo lugar, temos de ter uma visão equilibrada das coisas, evitando a todo custo criticar a religião do outro (pois certamente perderemos a oportunidade de ganhar sua alma), tampouco temer o que está no outro, temer a “contaminação espiritual” ao se relacionar com a pessoa. Por último, temos de nos preparar espiritualmente para lidar com as pessoas: jejuns, caminhadas de oração, penitências em favor dos alvos, recitação do terço etc.

Por fim, temos de explorar a força do discipulado. Ter a disposição em ministrar na vida de cada pessoa, sentar com elas, ensinar a Palavra, orar, ensinar a orar e a tratar das áreas sombrias de suas vidas.

2 – EBM 2018 – Abril – Clique aqui e baixe arquivo PDF