Conselho, dizer o que o outro precisa ouvir
“Se você quer entrar na vida eterna, guarde os mandamentos” (Mt 19,17d).
O versículo acima é parte da resposta dada por Jesus ao homem que lhe perguntou que obras boas deveria praticar para alcançar a vida eterna. Sua resposta foi, frente àquela duvida, uma obra de misericórdia espiritual. Não satisfeito, porém, com o breve conselho de Jesus, o homem quis mais detalhes, ou seja, quis saber o que mais poderia fazer além da observância dos mandamentos, pois provavelmente aquele tipo de espiritualidade de obras o estava incomodando.
Outra vez Jesus foi muito claro no conselho: “Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá aos pobres, e terás um tesouro no céu; depois segue-me” (Mt 19,21). Jesus chamou aquele homem ao seguimento pessoal, mas colocou como condição o desapego das riquezas, que impediam seu coração de doar-se.
Apesar de bom, o conselho do Senhor não foi aceito pelo “moço”. É interessante que o texto não disse no início que aquele homem era jovem. Sua mocidade pode ser entendida, portanto, como sinal de imaturidade espiritual, esta postura que o fez sair triste da presença do Senhor.
Jesus fez Sua parte, aconselhou com clareza. Também nós, quando solicitados, precisamos aconselhar, sem cair na armadilha de querer dizer aquilo que as pessoas querem ouvir. O conselho consiste em dizer o que a pessoa precisa para sua salvação. O resultado do conselho não depende de nós, pois cada pessoa tem liberdade de acolher ou não. Quem sai perdendo é o imaturo, que ao invés de gozar da alegria de seguir a Cristo, entristece-se por permanecer fechado em seu egoísmo. Façamos nossa parte com amor e entreguemos ao Senhor as conseqüências e os frutos de nosso apostolado.