Economia

economiaEscritura: Jo 6,12

Parece estranho falar da pequena virtude da economia em um tempo de crise quando já custa tanto ter o necessário para os gastos do mês;

Pois é, mas de acordo com o evangelho de Jo 6,12 lemos foi o próprio Senhor quem nos recomendou tal virtude. No texto, a ordem de guardar as sobras segue justamente à abundância dos pães multiplicados. Aqui temos duas coisas:

 

  • para que Jesus agisse serviu-se da pequena economia do menino prevenido (v.9);
  • mesmo frente ao milagre da abundância, Jesus pediu economia (v.12);

 

A virtude da economia consiste em esforçar-se por não desperdiçar nada e por utilizar todas as coisas do melhor modo possível. Alguém duvida ser esta uma virtude de grande utilidade nos lares e comunidades cristãs?

Guardando as sobras Jesus garantiu 12 cestos para o almoço do dia seguinte! Jesus é ao mesmo tempo generoso (MULTIPLICANDO) e econômico (PRECAVIDO), e é assim que temos de ser. Mas para sermos generosos, primeiro temos de aprender a ser econômicos!

Contar com Deus não nos dispensa de contarmos conosco próprios. Recebemos Dele os bens: o tempo, a comida, a roupa, o dinheiro, a saúde, a inteligência etc. Para o bom rendimento da nossa atividade e para o bem-estar do nosso lar, é necessário que não os desperdicemos, e utilizemos os recursos da melhor maneira possível. Este é o objetivo desta virtude;

A palavra ECONOMIA vem do grego e significa “a lei da casa” ou a “ordem da casa”. Uma família organizada é uma família econômica. Daí podemos listar as ocasiões em que podemos praticar tal virtude: no consumo de alimentos (vocês costumam jogar comida fora?), no uso da energia elétrica (costumam apagar as luzes quando não estão usando?), no uso da água (banhos, faxina etc.). Mas pense também no cuidado com as coisas. Exemplo: uma roupa ou calçado bem cuidado dura mais. Aquilo que cuidamos e guardamos dura mais e, outra, o tempo gasto em arrumar os objetos de uso pessoal é menos do que o que perdemos tentando saber onde estão;

Numa casa ordenada não há desperdícios, ali aproveitam-se coisas que em casas desorganizadas jogariam no lixo: folha de papel, eletrodoméstico etc.;

Mas, cuidado: economia não significa mesquinhez. Pelo contrário, pessoas econômicas são as que tem para poder gastar, comendo melhor, acolhendo bem suas visitas, repartindo os bens na comunidade cristã e com os pobres. O desorganizado sim é mesquinho. O desorganizado se arruína com despesas feitas sem motivo, com coisas fúteis ou supérfluas;

A virtude da economia nos domina frente às ofertas tentadoras, as novidades do mercado (celulares, brinquedos caros, tênis “de ouro” etc.). A pessoa econômica compara preços, aguarda a hora certa para comprar, ordenando as despesas sabiamente, reduzindo o acessório para garantir o principal;

E para encerrar, Pe. Georges Chevrot, experiente no cuidado com as famílias, diz: “Se eu tivesse autoridade nesta matéria, diria ao marido: ‘Dê sempre a sua mulher um pouco mais do que ela lhe pede’; e à mulher: ‘Gaste sempre menos do que pensava’”. Aqui está, segundo ele, o elemento que estabelece o equilíbrio e salvaguarda a paz do casal.

 

Por Cesar Lima – Comunidade Fanuel