O papel da mulher na família

Vimos no artigo anterior que o homem é o que sai, que na antiguidade caçava, é o que normalmente “empurra” os filhos pra fora de casa (para o estudo e o trabalho), que os desafia à maturidade;

A mulher é a que fica, e por isto é a expressão máxima do acolhimento: acolhe o corpo do marido, acolhe a nova vida em seu seio, gera e nutre de afeto e alimento o bebê, acolhe como ninguém a criança em seu colo, que faz cessar qualquer choro. Pelas mães os filhos jamais sairiam de casa;

Na tradição judaica se diz que Deus criou o humano e o dividiu ao meio, de modo que as metades se procuram. Por isso, a mulher é tirada da costela do homem (cf. Gn 2,21). S. Agostinho disse: “Do seu lado, para que tivesse igual dignidade, pois se tivesse feito a partir da cabeça, ela seria superior a ele; e se fosse a partir dos pés, seria inferior”. Há entre homem e mulher igualdade de valor perante Deus, mas diferenças claras de funções;

Se o homem desenvolve um senso mais prático e lida melhor com organização, a mulher se sai melhor no campo das emoções, por isso é mais afetiva e é muito mais atenciosa com detalhes (na madrugada a mãe acorda com o mínimo sinal da criança e no casamento é a que aprecia mais discutir a relacionamento);

Pode o homem ser mais forte fisicamente, mas é a mulher quem aguenta mais as contrariedades da vida (de uma gripe à recuperação de uma cirurgia, do drama de não poder gerar à tragédia de ter de perdoar a uma traição). A mulher é o “ezér” (socorro) de Deus na família. Equivale no lar ao que os alicerces significam para uma construção.

Sem o alicerce do amor e da resistência da esposa e mãe nenhuma família subsiste! É ela quem une a família no luto, por exemplo. É sobre esta rocha firme (a mulher) que se levanta e sustenta a missão de um marido e desabrocha a vocação dos filhos. Este é o sentido bíblico da palavra subMISSÃO (cf. Ef 5,21ss). A mulher não está diminuída sendo alicerce, até porque sem ela nada fica em pé;

Até o século XIX as famílias trabalhavam no campo, dividindo tarefas, ou no comércio, mas no geral todos estavam juntos, e incluía tios, primos etc. Com a revolução industrial o cenário foi se modificando. O homem teve de sair de casa e ir para a fábrica, o campo foi esvaziando e inchando as cidades. Isto trouxe prejuízos à família, com a ausência do pai na convivência com os filhos;

No século XX, porém, a situação se agravou, pois sobretudo após as guerras as mulheres partiram para o mercado de trabalho e passaram do direito de trabalhar fora ao dever! Hoje uma mulher que tem condições de ficar em casa e cuidar do seu lar é algo cada vez mais raro. As poucas que podem são motivos de chacota, como se

Consequência prática: a sociedade vai de mal a pior, pois isto tem um efeito destrutivo na família. A ausência tem consequência! Hoje temos menos casamentos, casamentos com menos filhos ou com nenhum! O direito de sair de casa virou dever; e de complementar – segundo o projeto divino – a mulher, manipulada: “moderna”, “empoderada”, “feminista” tornou-se rival, concorrente do homem. Sem alicerce a família perece, a sociedade perece;

A mulher foi tirada do lado para viver ao lado. Se os casais não entenderem este princípio bíblico fica impossível manter uma família. Quem não está ao lado do outro, como parceiro, amigo e amante, fatalmente está contra o outro, pois quem não vive para o outro, vive contra. No casamento não há neutralidade, ou se está a favor ou contra, ou se está construindo ou destruindo. Ou a mulher santifica o marido ou ela o destrói. Uma mulher orante salva sua família; a que não reza… Bem, sabemos do que é capaz!

Por Cesar Machado Lima
Comunidade Fanuel