O sucesso segundo a Palavra de Deus

ESTUDO BÍBLICO
Tema: O que é sucesso? (Gl 3,9.14.29)

INTRODUÇÃO

Todos os que estão em Cristo pertencem à Nova Aliança. Mas nem todos que estão nesta Nova Aliança têm conhecimento claro do que significa viver esta graça, o que lhes está reservado e qual deve ser sua responsabilidade enquanto parceiros desta aliança feita por Deus, conosco, através de Cristo.

PANO DE FUNDO DA MENSAGEM AOS GÁLATAS

Os gálatas estavam sendo tentados a trocar o novo pelo velho, ou seja, a graça e a fé em Cristo pelas obras e a lei mosaica. Paulo ficou chateado e os corrigiu (cf. Gl 3,1-5). Nas suas palavras os gálatas estavam sendo “enfeitiçados” pelos espiões judeus de Jerusalém que, frente o progresso do anúncio do Evangelho sem vínculos com o judaísmo, como a circuncisão, por exemplo, passaram a propor-lhes um 'acréscimo' à vida cristã, como se o Evangelho sozinho não fosse suficiente para salvar (cf. Gl 1,6-9; 2,1-4).

Foi por isso que Paulo reagiu e condenou essa atitude de retrocesso dos gálatas e para dar peso à sua argumentação em favor da fé contra a lei, serviu-se do exemplo do pai dos judeus, Abraão, que foi aceito por Deus (justificado) tão somente em função da fé e não da lei (cf. Gl 3,6 – aprofunde-se em Rm 4).

A BÊNÇÃO DA NOVA ALIANÇA

Paulo ensina: “Abrãao creu e foi abençoado; portanto, todos os que creem são abençoados como ele foi” (Gl 3,9). Abraão não buscou a bênção de Deus, ele buscou a Deus e Deus lhe deu a bênção.

No mundo o sucesso é determinado pelo homem, suas habilidades, esforços ou sorte. Na Bíblia, o sucesso é garantido por Deus, segundo a fé em Suas promessas e a obediência à Palavra.

O que temos de buscar na vida cristã é o Senhor, ou seja, o Seu Reino e como consequência de uma vida com Deus colhemos bênçãos (cf. Mt 6,33). Ir ao Evangelho para tirar coisas de Deus é pecaminoso. A questão, portanto, não é ir a Deus para orar e pedir bênçãos, mas ir a Deus e na medida do nosso caminhar com Ele, viver Suas bênçãos. Sucesso ou riqueza não deve ser um propósito de vida.

O nosso propósito deve ser viver à imagem de Deus, como Jesus. Servindo a Jesus vamos recebendo uma nova natureza e imagem. É a união com Jesus que nos faz assim (cf. Cl 2,9). O que Deus quer é nos encher com a Sua natureza, com aquilo que Ele é (cf. Ef 3,19; 2 Pd 1,4).

Todo discípulo deve buscar isto para sua vida. Leia 1 Jo 2,6 e 1 Pd 2,21.

A nossa parte na Nova Aliança é buscar a semelhança com Jesus, já a parte de Deus é dar-nos poder para alcançar este propósito (cf. Cl 1,28-29).

Mas como alguém fica semelhante a Jesus?

Ora, ouvindo, lendo, permanecendo em Sua Palavra (cf. Jo 15,7-8; 15,5). A Palavra nos torna semelhantes a Jesus e livres do pecado (cf. Jo 8,31-32).

Na Palavra está a liberdade e a prática da Palavra nos traz sucesso em tudo (cf. Sl 1,1-3; Js 1,6-8).

Assim, nenhum de nós deve viver correndo atrás de sucesso. Temos de correr atrás de Jesus e se praticarmos Sua Palavra de coração, então o sucesso virá, como está escrito: “O evangelho é a lei perfeita que dá liberdade às pessoas. Se alguém examina bem essa lei e não a esquece, mas A PÕE EM PRÁTICA, Deus vai abençoar tudo o que essa pessoa fizer” (Tg 1,25).

A bênção de Abraão que Paulo garantiu que Deus nos quer dar (cf. Gl 3,9.14.29) não é uma conquista, mas uma dádiva. Não são as nossas obras e fidelidade à lei como um trabalho que exercemos a fim de ganhar no fim do mês a bênção, como quem ganha um salário. Salário é mérito, é recompensa. Já a bênção da Nova Aliança foi assim definida: “A promessa de Deus depende da FÉ, a fim de que a promessa seja garantia como PRESENTE DE DEUS a todos os descendentes de Abraão” (Rm 4,16).

APLICAÇÃO DA PALAVRA

Duas atitudes temos de evitar em nossa vida cristã. A primeira é a “teologia da prosperidade” (denunciada pelo Papa Francisco - Evangelli Gaudium, 90). Buscar riquezas e bem-estar físico e emocional a todo custo, reivindicando direitos com fórmulas mágicas, ainda que tiradas da Bíblia. Isso é perigoso (cf. 1 Tm 6,9-10).

A segunda é a “teologia da miséria”. Ver a abundância como perspectiva negativa, crer que Deus não se agrada de nosso bem-estar e condena o progresso material, por exemplo. Crer que Deus nos quer sofrendo, e que quanto mais cruz vier melhor, pois, assim, agradaremos a Ele. Leia Fp 4,12-19.

CONCLUSÃO

Temos de encontrar o equilíbrio entre estes extremos. Sucesso não deve ser buscado, mas também não deve ser temido. Nosso propósito deve ser a semelhança com Jesus, o resto, como disse Jesus, vem por acréscimo (cf. Mt 6,33), pois o Pai sabe de tudo o que cada um de nós precisa (cf. Mt 6,32). O Deus que dá forças para crescermos materialmente (cf. Dt 8,18), também permite humilhações e provas para nos colocar em nosso lugar e nos fazer depender apenas Dele (cf. Dt 8,14-17).

REFLITA

1) Leia Ef 2,12 e 3,6. Você sente que já tem parte nas promessas resultantes da aliança com Deus?
2) Qual sua maior inclinação: a teologia da prosperidade ou a teologia da miséria?
3) Qual deve ser o nosso propósito de vida? E como devemos nos portar diante da palavra sucesso?

Por Cesar M. Lima - Comunidade Fanuel