Submissos como Jesus

6) Submissos a Maria

Tudo o que Deus deseja fazer em nós por meio da Santíssima Virgem Maria, como visto até agora, não poderá ser realizado sem o nosso consentimento. De fato, foi dado a ela grandes privilégios e poder real no céu e na terra em função de sua maternidade divina (TVD 38).

Mas não podemos viver a relação com Nossa Senhora de qualquer jeito. A submissão (ou escravidão*) deve ser livre, consciente e amorosa para ser virtuosa.

Sobre submissão aprendemos de uma forma muito concreta com o exemplo de Cristo. A Sua submissão ao Pai foi intencional, não obrigatória, como lemos: “Tende em vós o mesmo sentimento de Cristo Jesus: Ele tinha a condição divina, e não considerou o ser igual a Deus como algo a que se apegar ciosamente. Mas esvaziou-se a si mesmo, e assumiu a condição de servo, tomando a semelhança humana. E, achado em figura de homem, humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz!” […] “Embora fosse o Filho de Deus, ele aprendeu, por meio dos sofrimentos, a ser obediente” (Fp 2,5-7; Hb 5,8).

E era-lhes submisso

Desde a infância Cristo testemunhou sua submissão, aos pais, por exemplo (Lc 2,51). Ele mostrou que a humildade e o descer são atos “divinos”, não porque somente Ele, que é Deus, pode viver, mas porque nos eleva à Deus. Senão o apóstolo Paulo não teria dito: “Tende em vós o mesmo sentimento de Cristo Jesus…” (Fp 2,5). Ou seja, temos de tomá-Lo como modelo de submissão a Deus e a Maria.

Ora, submeter-se à Virgem é um jeito concreto imitar-Lhe. Por essa razão São Luiz não hesitou em afirmar: “Deus Filho deu mais glória a Deus, submetendo-se a Maria durante 30 anos, do que se tivesse convertido a terra pela realização dos mais estupendos milagres. Oh! Quão altamente glorificamos a Deus, quando, para lhe agradar, nos submetemos a Maria, a exemplo de Jesus Cristo, nosso único modelo” (TVD 18).

Àqueles que se sentem chamados a essa consagração total da vida a Cristo, por Maria, não basta apenas crer em Maria – pois isto é dogma de fé desde os primeiros séculos do cristianismo e todo católico é obrigado a aderir (CAT, 88), nem tampouco nutrir por Maria um sentimento especial, vendo nela uma “mãezinha” tão boa e meiga que substitui nossas mães ou delas nos faz lembrar… A devoção não pode ser apenas afetiva, emocional, sentimental. A verdadeira devoção é, na verdade, uma questão de submissão amorosa a Maria. Mas disto trataremos adiante.

Hoje ficamos com este princípio: porque Maria é Rainha do céu e da terra podemos livremente nos sujeitar a ela, não apenas como filhos que creem, mas como escravos por amor. Foi isso que o Seu Filho fez, é a isto que Ele nos chama a fazer para sermos, de fato, semelhantes a Ele.

Até o próximo post.

Por Cesar Machado Lima – Comunidade Fanuel

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* Falaremos do sentido de escravidão à Maria no próximo post.