COMO NUNCA SE VIU

 

 

 

 

 

 

 

Leia II Rs 6, 1 – Uma célula é na verdade uma comunidade liderada por um grupo de profetas que chamamos de núcleo. Podemos entender isto comparando-a com a situação de Israel no tempo de Eliseu; veremos que o povo de Deus era muito numeroso mas suas vidas dependiam de pequenos núcleos proféticos, pequenos grupos de homens imbuídos do Espírito Divino com a missão de apontar aos demais os caminhos do Senhor e de lhes salvaguardar das ciladas dos adversários.

No versículo que acabamos de ler entendemos que estes grupos cresciam e logo precisavam se multiplicar formando uma companhia de profetas. O próprio Eliseu é resultado deste processo como aprendiz que fora de Elias.

Nós também recebemos uma moção profética do Senhor que vai repousando sobre homens e mulheres com a missão de ampliá-la para todo o povo de Deus, ou seja, todo aquele a quem o Senhor nos enviar (cf. Jr 1,7). Quando uma célula se multiplica ela deve fazê-lo amparada na multiplicação de seu núcleo.

Multiplicação de célula deve ser multiplicação de núcleo, pois sem um núcleo profético não haverá uma célula sadia.

Continue a leitura nos versículos 8 à 10 e de 13 à 18 – No tempo de Eliseu, o povo de Deus estava sendo ameaçado por diversas investidas militares dos Sírios. O que lemos nestes versículos é que Deus desbaratava os planos do adversário, através de revelações proféticas que dava ao profeta. Na realidade, também agora estamos sendo constantemente ameaçados por investidas do adversário, o Apóstolo Paulo deixou isto muito claro em Efésios 6, 10-20, mas se somos alicerçados numa graça profética, se temos uma visão alongada das coisas segundo a vontade de Deus, logo o Senhor desbarata também todas as investidas das trevas, feitas contra nós, por isto S. Paulo conclama aos cristão à oração perseverante no Espírito.

Veja daí a importância de que uma célula esteja recebendo alimento e vida divina por meio de um núcleo profético forte na comunhão e na visão. O aspecto da visão neste texto se destaca. Note que Eliseu orou a Deus para abrir os olhos aos seus servos e para fechar os olhos dos inimigos. Um núcleo profético tem uma função incrível de adquirir, crescer e conferir visão.

A célula que é assim abençoada logo vê os demais discípulos que a compõe tendo os olhos abertos pela graça de Deus, e isto irá gerar novos profetas, ou seja, logo as pessoas deixarão de ser criancinhas nas coisas do Reino e verão com olhos espirituais, terão penetração por meio do Espírito Santo (cf. Col 1, 9-14). Ao mesmo tempo em que isto acontece, também o adversário fica perdido em suas trevas e o crescimento no amor o confunde e dá a vitória ao povo de Deus (cf. I Pd 4, 8).

Leia agora do versículo 24 ao versículo 2 do capítulo 7 – Não se iluda, porém, achando que o nosso adversário desiste facilmente, na realidade ele continua sempre tentando pôr a destruir nossa comunhão e nosso progresso, ele continua sempre tentando frustrar os planos de Deus, precisamente por esta razão é que muitos falam em guerra espiritual, mas não devemos nos esquecer que aquele que está conosco é muito maior do que aquele que está contra nós (cf. Rm 8, 31; I Jo 4, 4).

Os ataques muitas vezes são ferozes, na verdade no adversário não alisa, mas arranha com suas garras. Vemos nesta sequência do texto uma situação realmente de calamidade instalada por causa do cerco feito pelos Sírios contra o povo de Deus. A situação era de fome extrema a ponto de se pagar cara para poder comer uma cabeça de jumento e um pouco de esterco de pombo. Note que na verdade estes alimentos nos falam de como a vida fora da graça leva as pessoas a uma anemia espiritual tão grande que as torna com a mente de um asno e são cegadas com o excremento dos pássaros como aconteceu com Tobite, pai de Tobias (cf. Tb 2, 9-10), e nós sabemos quem são estes pássaros, pois, o Senhor Jesus o revelou na parábola do semeador (cf. Lc 8, 5. 12).

Aqueles que ainda não tomaram posse da vida nova em Jesus, estão como estes moradores da Samaria – e na verdade a esta cidade na Bíblia é símbolo da vida fora de Deus – eles chegaram ao ponto de comerem seus próprios filhos, e isto não está tão distante de nossa sociedade, que para seu deleite justifica até a morte de suas crianças por meio do aborto por exemplo; mas note um elemento interessante, o Rei de Israel atribui esta calamidade ao profeta Eliseu, e também é agora assim, os filhos de Deus são acusados dos males do mundo, as pessoas vivem em promiscuidade sexual e a culpa da proliferação de doenças e de gravidez indesejada é atribuída à Igreja que se opõe ao uso de preservativos, quando na verdade o que falta ao mundo é a conversão ao Senhor que lhes ensinará o caminho da moralidade e da justiça eliminando os resultados do pecado. Mas o Profeta Eliseu se manteve firme na posição em que o Senhor o havia colocado e não temeu profetizar.

As pessoas que estão vindo para as nossas células, estão também embriagadas pelo vinho da prostituição deste mundo (cf. Ap 17, 2) e precisam ser desintoxicadas, precisam ser abençoadas com a profecia de uma célula alicerçada numa comunidade profética que não perca sua posição, mesmo sob ameaça.

Ao contrário de dar um passo atrás, uma comunidade profética lança bênção sobre os que a perseguem (cf. Mt 5, 44; Rm 12, 14) e avança realizando prodígios inauditos pelo nome do Senhor (cf. At 4, 23-31). Foi exatamente isto que aconteceu por meio de Eliseu, ele profetizou que algo ainda não conhecido iria acontecer, ainda que isto pasme aos incrédulos, eles mesmo verão outros serem beneficiados mas não poderão tocar na bênção liberada, nem para tomarem parte dela e muito menos ainda para impedi-la.

Leia agora os versículos de 17 à 20 – A conclusão do ocorrido é realmente interessante, Deus se utilizou de alguns leprosos para amedrontar o acampamento dos Sírios fazendo com que o barulho inaudível dos passos deles pela estrada chegasse ao acampamento como o som de um exército numeroso. Somente o Senhor pode fazer a obra de confundir os fortes através os fracos (cf. I Cor 1, 25-28) e de fazer com que os que não tem força, façam grandes conquistas (cf. Sl 20, 8-9), e esta é a grande obra de Deus por meio de nossas células, os pobres estão salvando os pobres (cf. Lc 7, 22).

Mesmo com tudo isto a nosso favor, ainda há resistências, às vezes por pessoas que fazem parte do próprio povo de Deus, como foi o caso deste ajudante pessoal do Rei. A profecia de Eliseu se cumpriu de fato, Deus abriu janelas de bênção no céu e fez milagres acontecerem na terra de forma que todos ficaram saciados. Isto Ele está fazendo agora por meio de células e aqueles que resistem acabam sendo pisoteados pela precipitação de uma multidão inumerável que o Senhor está mobilizando.

De fato Deus tem posto uma porta aberta diante de nós que ninguém pode fechar (cf. Ap 3, 7), e é hora de termos comunidades verdadeiramente proféticas que geram células abençoadas, para que ninguém perca as bênção que estão sendo derramadas como nunca se viu (cf. Is 43; Ap 21, 5)

 

Por Sandro F.Peres – Moderador Geral