“Mas Jesus respondeu: — Eles não precisam ir embora. Dêem vocês mesmos comida a eles. Eles disseram: — Só temos aqui cinco pães e dois peixes.— Pois tragam para mim! — disse Jesus.” (Mt 14, 16-18)
Alguém, diante de uma situação aparentemente insolúvel ou que se indica muitíssimo difícil tem sempre a ideia de livrar-se disso o quanto antes. Sempre se pensa em passar adiante e deixar isso de lado, uma vez que não se pode resolver.
Esse tipo de raciocínio se aplica tanto na solução em negócios do dia a dia como diante de uma doença aterradora. Nós temos a tendência de procurar uma saída rápida e nos livrarmos o quanto antes da situação.
É mui comum que os desafios nos amedrontem e nos coloquem em posição de defesa, se temos diante dos olhos um problema aparentemente insolúvel nós nos esforçamos um pouquinho por resolvê-lo, mas visto que parece maior que nossa capacidade logo o deixamos de lado, seja porque nos conformamos com a situação e dela dizemos que nos venceu e é melhor esperar que se acabe por si mesmo e nos engula todas as esperanças, ou seja porque nos escondemos deixando aquilo de lado, partindo para outro lugar ou relacionamento e procurando esquecer aquela derrota.
Isso é muito comum de se explicar quando pensamos naquelas provas difíceis de matemática em que a gente sem saber o raciocínio lógico aplicável parte para outra questão e deixa aquela sem resposta alguma atirando-nos na sorte de conseguir pelo menos uma média 5 ou 6. Eu me lembro que quando era criança aprendi que diante de uma prova difícil eu deveria saltar as perguntas aparentemente mais exigentes e responder logo as mais fáceis, mas deveria voltar depois às mais exigentes e dedicar o tempo restante a elas para pensar-lhes com calma e responder algumas, assim desta maneira os pontos difíceis não consumiriam todo o meu tempo e eu acabasse por não responder nem as que me parecessem fáceis.
Diante deste raciocínio o que fazer quando se trata não de simples questões de um prova de matemática, mas de dilemas da vida como diagnósticos médicos aterradores, problemas de relacionamento dificílimos, a conversão de alguém endurecido, a derrocada financeira, e assim por diante. Também podemos pensar nos problemas da evangelização, os desafios de conquistas que nos parecem impossíveis.
Os discípulos de Cristo se viram em uma situação semelhante diante de uma multidão faminta e de seus bolsos vazios, a saída mais rápida era dispensá-los e ficarem com um gosto amargo de derrota, pois haviam juntado aquela enorme multidão com palavras de esperança mas agora todos iriam embora com fome porque eram mais pobres que seus ouvintes. Isto equivaleria a dizer que Jesus só tinha palavras belas e curas físicas, mas não poderia alimentar seus seguidores.
Muitas pessoas pensam que o Senhor só lhes dá paz de conformidade, ou seja, que Jesus e Sua palavra comunica uma bela mensagem aos nossos corações que nos digam sofram em paz suas necessidades e esperem a morte chegar para serem felizes lá no céu. Não podemos simplesmente dispensar as pessoas, e nos dispensar também diante dos desafios e dizer: “vamos sofrer em paz a nossa fome, nosso coração está cheio de alimento espiritual, mas o estômago está vazio e isso é agradável ao Senhor”; não, de jeito nenhum, o Senhor está dizendo: “Traga-Me o que você tem”.
Qual é o tamanho de sua fé, qual é o problema concreto, o que você possui para resolver a questão? Isto mesmo deve levar agora ao Senhor e tomar posse do que Ele lhe dará. Será muito maior a resposta do que o problema, pois foi exatamente assim na multiplicação dos pães.
Há uma reserva de graça tão grande para você que não poderá guardá-la em seu pequeno cestinho, terá de providenciar outros porque vai até sobrar. A doença é grande? Pois a cura é maior. A miséria é extensa? Pois a prosperidade é imensa. O coração é duro? Mas a misericórdia é infinita.
Vamos agora mesmo ao Senhor com o que temos e Ele nos surpreenderá. Se tua fé não for assim, nem ore porque nada receberá, mas se crer verá a glória de Deus.
Em Cristo
Sandro F. Peres