“Jesus disse a eles: — Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem peca é escravo do pecado. O escravo não fica sempre com a família, mas o filho sempre faz parte da família. Se o Filho os libertar, vocês serão, de fato, livres.” (Jo 8, 34-36).
A única maneira de alguém ser livre é sendo filho de Deus. Esta afirmação se baseia no entendimento desta Palavra que Jesus falou e para entendê-la temos de compreender a diferença que existia em uma casa daquela época entre um escravo e um filho.
Nas famílias daquele tempo em que o Evangelho foi escrito era comum que houvesse escravos, pessoas que pertenciam à família como propriedade, mas que não pertenciam como herdeiros.
Na realidade os escravos faziam parte da herança que os filhos recebiam de seus pais, mas os filhos eram herdeiros, os escravos eram posses e por esta razão poderiam ser vendidos ou barganhados.
Hoje não temos mais escravos, graças a Deus, mas , mal comparando, podemos relacionar esta realidade com o que acontece com famílias que tem empregados domésticos. Essas pessoas por mais que se relacionem com a família onde trabalham, por mais que se afeiçoem com eles, não são parte da casa e por isso uma determinada hora se vão, ou ao final do expediente ou ao final do contrato, enquanto que os membros da família permanecem.
A grande questão nesta Palavra de Jesus se refere à liberdade, porque os servos daquela época eram propriedades, faziam parte da família mas como instrumentos de trabalho. Não eram livres para nada e não herdariam nada, enquanto que um filho era diferente.
Quando Cristo veio até nós Ele nos encontrou assim, membros da família humana que Deus criara mas como escravos por causa do pecado de maneira que nossas relações eram marcadas pelo desejo de fuga. Ao dar-nos a liberdade de filhos já não precisamos mais fugir, mas ao contrário nos entregar porque na realidade agora somos livres para ficar e nos comprometer.
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Enquanto muitas pessoas pensam que a liberdade é um voo sem pouso, sem nenhum compromisso, se enganam porque esse tipo de comportamento é uma fuga desesperada de alguém que ainda é escravo. O filho é como um pássaro que está livre para voar mas sabe pousar e construir seu ninho.
O filho de Deus é alguém que não precisa mais fugir, apenas entregar-se na liberdade de amar e doar-se para que outros saiam de seus cativeiros. Jesus fez exatamente isto, sendo o Filho de Deus, na Sua liberdade eterna pousou em nosso cativeiro e nos libertou para que pudéssemos voar não em fuga, mas na liberdade verdadeira do amor.
O escravo está sempre querendo fugir, mas o filho não, este pode sair e entrar, pode ir e voltar, porque ali é sua casa, sua herança. Seu relacionamento é de amor e liberdade.
Se você sente a necessidade de correr, de sumir, ainda há algo em você que precisa encontrar a liberdade de filho de Deus, porque não precisamos nos agitar em fuga quando a liberdade nos permite pousar e contemplar a liberdade que temos, mas isto é uma obra da graça no interior da alma e só Jesus pode nos dar essa liberdade de fato.
SANDRO FATOBENE PERES – FUNDADOR DA COMUNIDADE FANUEL – ROSTO DE DEUS