O Salmo 95 nos dá algumas dicas de como deve ser nossa postura diante do Senhor.
1. Atitude de louvor
“Venham todos, e louvemos a Deus, o Senhor!” (v.1a). É um convite destinado a um grupo, a uma assembleia. Podemos aplicar isto ao contexto de nossas células e assembleias de oração.
“Cantemos com alegria à rocha que nos salva” (v.1b). O cântico é uma importante expressão de louvor. Quem canta reza duas vezes, diria Santo Agostinho. O louvor deve ser expressivo (cf. Sl 98,4) e dentro do possível acompanhado do uso de instrumentos musicais (cf. Sl 98,5-6; 150,3-5).
Esta ênfase no louvor presentes nos Salmos, livro do AT, igualmente é encontrada no NT. São Paulo escreve: “Animem uns aos outros com salmos, hinos e canções espirituais. Cantem, de todo o coração, hinos e salmos ao Senhor” (Ef 5,19). Confira também Cl 3,16c-17.
Por fim, o louvor está baseado naquilo que Deus fez, faz ou fará. Este Salmo destaca a Sua salvação e reinado (vv. 1.3-5). Veja o que pede o Salmo 98: “Cantem uma nova canção a Deus, o Senhor, pois Ele TEM FEITO coisas maravilhosas” (v. 1a).
2. Atitude de adoração
“Venham, fiquemos de joelhos e adoremos o Senhor” (6a). Ajoelhar-se está intimamente ligado ao ato de adorar. Quem dobra os joelhos demonstra externamente a rendição humilde de seu interior. Alguém disse que o homem nunca é tão grande perante Deus como quando está de joelhos. Isto me faz lembrar dois versículos: “Humilhem-se diante do Senhor, e ele os colocará numa posição de honra […] Sejam humildes debaixo da poderosa mão de Deus para que ele os honre no tempo certo” (Tg 4,10; 1 Pd 5,6).
Na liturgia a Igreja nos pede para estar de joelhos durante a consagração eucarística e não nos impede de nos ajoelhar para receber a sagrada comunhão. Nestes dois momentos reconhecemos externamente a divindade de Cristo e Sua presença real na Eucaristia. Ora, igualmente quando o Santíssimo Sacramento está exposto temos de nos curvar humildemente e permanecer com os olhos fixos no Senhor.
É verdade que ajoelhar-se pode parecer custoso, desconfortável, mas é uma excelente maneira de derrotar nossas vontades, caprichos, preguiça e distração. É um modo concreto de nos submeter a Cristo.
Em suma, adorar de joelhos é uma herança não somente judaica, mas cristã (cf. At 9,40 e Ef 3,14), aliás, é obediência a esta ordenança do Novo Testamento: “Para que, em homenagem ao nome de Jesus, todas as criaturas no céu, na terra e no mundo dos mortos, CAIAM DE JOELHOS e declarem abertamente que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus, o Pai” (Fp 2,10-11).
Se o louvor fundamenta-se naquilo que Deus faz, a adoração fundamenta-se NAQUILO QUE DEUS É, e Ele é, como vimos acima, o Senhor, “nosso Criador. Ele é o nosso Deus; nós somos o povo que ele guia, somos o rebanho do qual ele cuida” (Sl 95,6b-7).
Por Cesar M. Lima – Comunidade Fanuel