Qual é o seu nível de preocupação com as pessoas? Não se trata de apenas perguntar: “Como você está?”. É se importar de forma real e profunda. Sinceramente nos importamosmuitas vezes com quem nos beneficia ou oferece algo em troca. No fundo, no fundo, somos egoístas quando queremos ser servidos, nos lembramos das pessoas e do que elas podem nos oferecer. Se caminhamos assim, estamos caminhando mal, nosso relacionamento com as pessoas interfere em nossa comunhão com Deus. Se não eliminarmos o egoísmo nosso progresso na virtude e na união com Deus cessará (cf. Gl 6,2).
Mas, se não temos o hábito de sermos atenciosos e preocupados com as pessoas, como podemos esperar a consideração de Deus? Precisamos desenvolver um amor atencioso, sem pedir nada em troca, e como isso é difícil, porque nosso amor é limitado e cheio de condições. Queremos ser amados, ser servidos. Dar é para poucos, queremos sempre receber:“Leve 2 e pague 1”; é gostoso pagar menos e sempre levar a mais. Mas, na vida real estas promoções são os fracassos que nos afastam das pessoas e de Deus (cf. Hb 13,16).
Como tem andado o seu amor pelas pessoas? Amor não pela nação, amor não por um grupo específico, mas o amor individual. Jesus nos pede para amar uns aos outros, não nos pediu para amar o mundo na sua totalidade; nosso amor deve ser igual ao do Mestre, que amou de forma incondicional, autêntica e específica cada indivíduo.
Temos medo do comunismo, mas não do egoísmo… É o que Jesus falou no Evangelho: tememos aquele que mata o corpo! (cf.Mt 10,28).
Não conseguimos abrir mão do que pensamos, para favorecer alguém, porque somos cheios de razão. Você consegue carregar a carga do seu irmão? Passar por tudo que ele tem passado? Sofrimento no corpo? Situação financeira difícil? Desemprego? Pare e pense, Deus está lhe dando a oportunidade de viver por um segundo a vida do seu irmão, o que você impõe a ele, você consegue viver? “Guarda-te de jamais fazer a outrem o que não quererias que te fosse feito”(Tb 4,16).
Às vezes não conseguimos nos colocar no lugar dos outros, mas Jesus se colocou em nosso lugar, e sofreu o que era para nós termos sofrido. Não conseguimos nos colocar no lugar dos outros por segundos… julguemos nossas intenções profundas em relação ao nosso irmão.
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Gostamos de dificultar a vida das pessoas, ao invés de facilitar, precisamos mudar nossos pensamentos, palavras e ações. Elogie, incentive, ouça sem interromper, seja educado, pergunte como ele(a) está, proteja a boa fama das pessoas; faça perguntas antes de dar ordens… mais amor, menos ira. Abra mão de suas opiniões, aponte o dedo para você e depois para os outros, tire o cisco dos seus olhos depois o do seu irmão, perdoe como Cristo te perdoa, tenha paciência na mesma medida que Deus tem tido com você. Enfim, seja para os outros o que você quer que sejam com você, e acima de tudo seja com eles o que Deus tem sido com você.
Amemos da forma mais pura e genuína que pudermos, e naquele dia o Senhor nos reconhecerá.
SIMONE MAGALHÃES DA SILVA DORTTI, MISSIONÁRIA CONSAGRADA NA COMUNIDADE FANUEL – ROSTO DE DEUS
