Já se passaram 27 anos daquele 3 de dezembro de 1995, uma manhã de domingo como tantas outras. Não me recordo exatamente, mas era talvez por volta das 10h, horário em que escrevo esta partilha, uma atração irresistível chamava aos pés do Sacrário. A Igreja repleta de fiéis que assistiam à Santa Missa inaugural do recém sacerdote filho da Paróquia de Santa Joana D’Arc, Pe. Claudio Tafarello, não havendo como adentrá-la e recolher-se, então o local do encontro era a capela de intercessão que ficava atrás do templo principal.
Pequenina capela pouco ventilada, sua porta lateral de duas folhas era o melhor recurso de entrada de ar porque o vitral ao fundo tinha pouca abertura, mas ao entrar era preciso fechar-se lá dentro porque o momento pedia recolhimento e privacidade o que não foi difícil conseguir visto que todos estavam na celebração e ninguém se avizinhava.
Uma vez lá dentro, aparentemente sozinho, porque nos esquecemos de como os habitantes do mundo espiritual nos cercam, havia condições de rezar despretensiosamente, afinal era apenas um desejo interior de estar com o Senhor e não podia imaginar o que estava por vir, mas veio…
Palavras interiores soam com tanta força que não podem ser jamais esquecidas, elas são mais potentes do que os gritos de uma multidão, não se pode explicar como surgem, mas quando se manifestam quem as ouve sabe muito bem que não está delirando e que são reais. Como compreender tais palavras numa ocorrência simultânea com aquela visão de um belo local arborizado centrado em uma pequena capela de pedras? Como um rapaz de apenas 24 anos, há 12 dias de seu casamento, poderia imaginar-se sendo incumbido de fazer uma igreja de pedras sobre pedras? Como compreender que isso que se mostrava como um filme tinha conexão com a fortíssima palavra interior “ALIANÇA” pronunciada duas vezes? O fato é que tudo foi compreendido como de estalo, como se não passasse pelo intelecto e de alguma maneira desconhecida simplesmente fosse compreendida no profundo da alma, da memória e do conhecimento.
Muito bem, estava dito e estava mostrado, então todo o ambiente era o mesmo e a pequenina capela estava de volta, e o mísero ser humano era o mesmo pecador que parecia estar encarregado de algo gigante e demasiado valoroso para sua pobre bolsa; mas enfim, agora era preciso por em prática e tão logo compartilhou com sua noiva ambos se comprometeram que, após o casamento agendado logo adiante, se dedicariam a trabalhar sobre isso.
O jovem casal foi surpreendido em sua viagem de núpcias com as belíssimas e humildes construções em pedra no sul do País. E como não se emocionar diante da exposição da réplica do Santo Sudário em uma das igrejas visitadas? A providência tudo faz para calar no coração humano Sua vontade!
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Tudo começou naquele dia, como o surgimento de uma nova pessoa se inicia na hora secreta da fecundação. Assim aquele 03 de dezembro de 1995, por volta das 10h, foi um momento em que o Espírito Santo fecundou no coração de um pobre vermezinho o carisma de “Ver e Fazer Ver a Face de Cristo” e logo mais nasceria a Comunidade Fanuel, se desenvolvendo como uma pessoa, pouco a pouco. Agora já são 27 anos daquele memorável dia, o dia em que no tempo se revelou o que já existia na eternidade.
SANDRO FATOBENE PERES – FUNDADOR DA COMUNIDADE FANUEL – ROSTO DE DEUS
